Um terço das cidades deve encerrar o ano com contas no vermelho
Um terço das cidades brasileiras vai terminar o ano com as contas no vermelho. Em crise financeira, prefeituras enfrentam dificuldades para pagar fornecedores e até mesmo para quitar folhas de pagamento de dezembro e o 13º salário de servidores. Esse levantamento foi produzido pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
Seis milhões de funcionários municipais receberiam R$ 22,8 bilhões com o 13º salário, neste fim de ano. Cerca de 8% das prefeituras que optaram por pagar a gratificação em parcela única, entretanto, já admitem que vão atrasar o repasse. São 186 cidades. Outras 190 (9%), que parcelaram o pagamento, dizem que não terão recursos para o depósito.
A lei determina que o pagamento da segunda parcela do 13º salário seja repassada até o dia 20 de dezembro. Para levantamento, a CNM ouviu 4.559 dos 5.570 municípios brasileiros. Ao todo, aproximadamente 16% dos prefeitos já sabem que não poderão pagar em dia os salários de dezembro. E metade das cidades têm dívidas com fornecedores.
Essas são só algumas das consequências da grave situação financeira dos municípios do Brasil. “A situação é mais complicada do que os dados apresentam. Não quer dizer que quem paga em dia não está em dificuldades”, afirma o presidente da CNM, Glademir Aroldi. No total, 1.444 cidades admitem dificuldades para equilibrar as contas este ano.
Segundo Aroldi, os prefeitos estão cortando despesas de custeio, reduzindo o número de funcionários e cargos comissionados, além de enxugar a frota e mudar o horário de expediente. “Mesmo assim, não estamos dando conta”, diz. Para ele, o governo federal delegou muitas atribuições a cidades sem aumentar o repasse de verbas para as prefeituras.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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