EI toma controle de um terço da cidade síria de Palmira

  • Por Agencia EFE
  • 20/05/2015 15h48
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(Atualiza com novos detalhes).

Beirute, 20 mai (EFE).- O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) conseguiu nesta quarta-feira invadir de novo a cidade de Palmira, cujas ruínas estão incluídas na lista do Patrimônio da Humanidade da Unesco, e tomou um terço di local, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Os jihadistas entraram na cidade após combates contra as forças do regime de Bashar al Assad, que no domingo passado expulsaram os radicais dos bairros do norte da população.

Nos enfrentamentos, houve troca de tiros entre os dois grupos.

Em paralelo, a aviação governamental está bombardeando posições dos extremistas na cidade e seus arredores.

Segundo a ONG, há um número indeterminado de baixas em ambos os lados.

O ativista Ahmad Orabi, da opositora Rede Sham, disse à Agência Efe pela internet que o EI tem em seu poder todo o distrito norte de Palmira, assim como sua delegacia de polícia e o quartel da Segurança do Estado.

Por sua parte, a televisão oficial síria assinalou que as Forças de Defesa Nacional – milícias pró-governo – retiraram os civis que restavam na cidade, que tinha 70.000 habitantes antes do início do conflito na Síria.

Até o momento, os combates estão ocorrendo na parte nordeste da cidade moderna, longe da parte antiga, que está a sudoeste.

O EI iniciou há uma semana uma ofensiva no leste da província central de Homs, onde fica Palmira.

Neste tempo, tomou o controle dos povos de Al Sujna e Al Ameriya, assim como dos campos de gás de Al Arak e Al Hil.

Localizada em um oásis, Palmira foi nos séculos I e II d.C. um dos centros culturais mais importantes do mundo antigo e ponto de encontro das caravanas na Rota da Seda, que atravessavam o árido deserto do centro da Síria.

Tal é sua riqueza monumental que é um dos seis lugares sírios incluídos na lista do Patrimônio da Humanidade da Unesco e também em na lista de Lugares em Perigo pelo atual conflito que assola o país.

Ao longo destes anos, Palmira sofreu o saque de suas antiguidades, agora em maior risco pelos ataque do EI, que já destruiu importantes sítios arqueológicos no Iraque.

A diretora geral da Unesco, Irina Bokova, pediu hoje “um cessar-fogo imediato” neste lugar.

“Estou muito preocupada pela situação de Palmira. Os combates ameaçam um dos lugares mais significativos do Oriente Médio e a população civil que se encontra ali”, declarou Bokova em comunicado.

Em Damasco, Assad advertiu para as “tentativas de solapar a cultura árabe e sua identidade”, durante uma reunião com representantes da Secretaria Geral do Sindicato de Professores Árabes.

O líder destacou a importância de fortalecer as próximas gerações contra “a invasão cultural do pensamento obscurantista extremista que se transformou em uma ameaça existencial da nação árabe”. EFE

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