El Bronco se torna 1º candidato independente a governar um estado no México

  • Por Agencia EFE
  • 08/06/2015 15h45
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Cidade do México, 8 jun (EFE).- Jaime Rodríguez El Bronco fez história no México ao se transformar no primeiro candidato independente que governará um estado do país, após vencer, com 49% dos votos, os aspirantes dos principais partidos ao governo de Nuevo León, segundo resultados preliminares do pleito do domingo.

Seu triunfo no estado mais rico do país por sua potente indústria representou um duro golpe no governista Partido Revolucionário Institucional (PRI), que obteve 23,6%, seguido muito de perto pelo conservador Ação Nacional (PAN), com 22,5% dos sufrágios.

Em pleitos nos quais estrearam as candidaturas independentes incluídas na reforma político-eleitoral aprovada em 2014, Nuevo León demonstra a saturação dos cidadãos com os partidos e a necessidade de uma mudança na forma de governar.

Segundo El Branco, que até setembro do ano passado estava nas fileiras do PRI, Nuevo León precisa de alguém com “caráter” para seguir adiante.

“Vou trabalhar com todos”, disse o governador eleito a uma emissora local após destacar que vai buscar o consenso para transformar este estado em um exemplo para o país.

Além disso, prometeu combater a corrupção e impulsionar a possibilidade de revogação de mandato. “Se três anos depois El Bronco não cumprir o que prometeu, ele vai para casa”, garantiu o futuro governador.

Embora o PRI tenha perdido Nuevo León, onde governa atualmente com Rodrigo Medina, venceu em seis dos nove governos estaduais em jogo nas eleições do domingo, embora em dois deles – Colima e San Luis Potosí – a disputa esteja muito acirrada, segundo os resultados preliminares.

O partido do presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, recuperou ainda os estados de Guerrero, que estava em poder do esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD), e Sonora, governado atualmente pelo PAN.

Em Guerrero o candidato do PRI, Héctor Astudillo, obteve 60.000 mil votos a mais que sua principal adversária, Beatriz Mojica, e pôs fim a uma década de governo do esquerdista PRD.

Os eleitores cobraram a conta do PRD pelo desaparecimento de 43 estudantes em uma tragédia envolvendo autoridades corruptas e membros do crime organizado.

O então prefeito de Iguala, José Luis Abarca, postulado pelo PRD nas eleições de 2012, está preso acusado de ser o autor intelectual do ataque aos alunos da Escola Normal Rural de Ayotzinapa no último dia 26 de setembro, que deixou um saldo de seis mortos e 43 desaparecidos.

O mesmo caso precipitou no final de outubro do ano passado a renúncia do então governador de Guerrero, Ángel Aguirre.

Em Sonora, a candidata do PRI e do Partido Verde, Claudia Pavlovich, ganhou com 47,3% dos sufrágios e relegou o PAN ao segundo lugar, cujo candidato, Javier Gándara, ficou com 41% dos votos.

O PRI, em aliança com o Verde, renovou sua condição de primeira força política em Campeche, onde Rafael Moreno se impôs com 40,3% dos votos, 10 pontos percentuais acima do Ação Nacional.

Em Colima e San Luis Potosí os resultados estão muito apertados, com uma muito leve vantagem, de entre um e dois pontos percentuais, para os candidatos do PRI, José Ignacio Peralta e Juan Manuel Carreras, respectivamente, sobre os do PAN, Jorge Luis Preciado e Sonia Mendoza.

Por sua vez, o PAN renovou o governo em Baja California Sur pelas mãos de Carlos Mendoza Davis, que obteve 47% dos votos, 10 pontos percentuais acima do aspirante do PRI, Verde e Nova Aliança, Ricardo Barroso.

Além disso, Francisco Domínguez (PAN) recuperou o governo de Querétaro após obter 45.000 sufrágios a mais que Roberto Loyola, postulado pelo PRI, o Verde, o Partido do Trabalho e o Nova Aliança.

Já o PRD conquistou um antigo bastião, o estado de Michoacán, pelas mãos de Silvano Aureoles, que alcançou 36,2% dos votos, contra 27,9% dos sufrágios obtidos por José Ascensión Orihuela, do PRI e do Verde.

Segundo dados preliminares do Instituto Nacional Eleitoral, neste domingo 47% dos 83,5 milhões de eleitores mexicanos foram às urnas para escolher 2.016 cargos públicos, entre eles 500 integrantes da Câmara dos Deputados.

Nas eleições legislativas federais, o PRI alcançou 28,8% dos votos, seguido pelo PAN, com 20,8%, e o PRD, com apenas 10,7% dos sufrágios, golpeado principalmente pela irrupção no cenário político do Morena, que obteve 8,6% em seus primeiros pleitos.

Na quinta posição se situou o Verde (7,1%), seguido pelo Movimento Cidadão (6%), Nova Aliança (3,7%) e Encontro Social (3,4%). Já os partidos do Trabalho e o Humanista perderam sua representação parlamentar por ficar com votações abaixo de 3%. EFE

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