Eleições nos EUA decidem se democratas vão manter controle do Senado
Miriam Burgués.
Washington, 4 nov (EFE).- Em clima de tranquilidade, os americanos foram às urnas nesta terça-feira para votar nas eleições legislativas, que vão decidir se o Partido Democrata, do presidente Barack Obama, vai manter a maioria no Senado ou perdê-la para o Partido Republicano, que aparece bem cotado nas últimas pesquisas de intenção de voto.
Além da batalha pelo controle do Senado, que renova 36 de suas 100 cadeiras, hoje também será decidida a ocupação de todos os 435 assentos da Câmara dos Representantes, além da escolha dos governadores de 36 estados.
No começo da manhã, algumas filas se formavam em um centro de votação em Arlington, no estado da Virgínia, mas à medida em que o dia avançou, a presença de eleitores diminuiu, como pôde constatar a reportagem da Agência Efe.
Os Estados Unidos são um país com 9,8 milhões de quilômetros quadrados que abrange seis fusos horários, por isso as votações transcorrem de forma escalonada desde a abertura das primeiras urnas, na costa leste, até o fechamento das últimas, no Havaí.
As últimas pesquisas dão aos republicanos, além de vitórias nos estados de Montana, Dakota do Sul e Virgínia Ocidental, muitas probabilidades de levar a melhor em Arkansas, Colorado e Louisiana, e se conseguirem, somariam as seis cadeiras que lhes faltam para ter a maioria no Senado.
Soma-se às previsões favoráveis aos conservadores o fato de que neste tipo de eleições não presidenciais os eleitores tradicionalmente mais ligados aos democratas, como os jovens e as minorias negra e hispânica, costumam ficar em casa.
Apesar desse cenário, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou ontem acreditar que os democratas manterão o controle do Senado – visão compartilhada pelo próprio Obama, segundo o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.
Em entrevista a uma emissora de Connecticut, Biden insistiu hoje em seu otimismo e detalhou que os democratas conseguirão 52 cadeiras, contando com vitórias em Carolina do Norte, New Hampshire e Alasca.
Neste último estado, por sinal, a apuração pode levar vários dias, devido à sua extensão territorial. E a decisão sobre o controle do Senado pode ficar em aberto até janeiro se as acirradas disputas na Louisiana e na Geórgia obrigarem a realização de uma segunda votação nesses dois estados.
Em ambos, os candidatos precisam conseguir hoje pelo menos a metade mais um dos votos para ganhar e evitar um segundo turno, que no caso da Geórgia não seria realizado antes de 6 de janeiro, três dias depois do início do novo período de sessões do Congresso.
Obama, que votou por antecipação em Chicago no dia 20 de outubro, deve acompanhar na noite de hoje o início da apuração na Casa Branca. Segundo a agenda divulgada pela residência presidencial, ele não tem nenhuma atividade pública hoje, mas terá várias reuniões fechadas à imprensa no local sobre questões econômicas, de defesa e luta contra o ebola.
O governante deve receber no Salão Oval a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, depois o secretário de Defesa, Chuck Hagel, e por último equipes de segurança nacional e saúde pública para abordar a resposta ao ebola após o diagnóstico de vários casos do vírus no país.
Obama se manteve afastado das disputas mais apertadas para o Senado para que sua baixa popularidade não prejudique os candidatos democratas e participou de poucos atos públicos de campanha. EFE
mb/id
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