Eleições regionais na Itália servirão de teste para Renzi e Berlusconi
Roma, 1 jun (EFE).- Ao todo, 22 milhões de italianos foram convocados neste domingo a comparecer às urnas para renovar as administrações de sete das 20 regiões da Itália e de mil municípios, em um pleito que representa o primeiro grande teste para o chefe do governo, Matteo Renzi, e para Silvio Berlusconi e sua Forza Itália.
No fechamento dos colégios às 23h (horário local, 18h em Brasília) a abstenção era o que mais chamava a atenção, já que os dados de participação foram de 53,53%, longe de 64,70% da eleição passada, embora naquela ocasião a votação tenha sido em uma segunda-feira.
Nestas eleições, onde participam 37% dos cidadãos com direito ao voto, serão eleitos os dirigentes das regiões de Vêneto, Ligúria, Toscana, Úmbria, Marcas, Campânia e Apúlia e serão renovadas as administrações de mil prefeituras, 18 delas em capitais de província, como Veneza. Faltando uma hora para o fechamento dos colégios, a apuração não tinha começado em quatro regiões e no resto acontecia de forma lenta, segundo o site do Ministério do Interior.
As primeiras projeções de voto fornecidas pelo Instituto Piepoli ao canal “Rai” dão Giovanni Toti, o candidato da coalizão de centro-direita e um dos homens de Berlusconi, como ganhador em Ligúria. Já a candidata da centro-esquerda, Raffaella Paita, seria superada por Alicia Salvatore, do Movimento 5 Estrelas. Desta maneira, a centro-direita arrebataria Ligúria do Partido Democrata (PD) de Renzi.
Por sua vez, com estas primeiras projeções a centro-esquerda recuperaria a região de Campânia com seu candidato o ex-prefeito de Salerno Vincenzo de Luca que se imporia ao governador em fim de mandato do centro-direita, Stefano Caldoro.
Nas demais regiões seria confirmada a vitória da centro-esquerda, exceto em Vêneto, onde o Luca Zaia é claro favorito.
Caso sejam confirmados estes resultados, a centro-esquerda conservaria cinco regiões e a centro-direita teria duas.
Desde as últimas eleições europeias, nas quais o Partido Democrata (PD) de Renzi alcançou históricos 40% dos votos e as eleições de novembro nas regiões de Emilia-Romagna e Calábria, o primeiro-ministro e sua política não passaram por uma grande prova nas urnas. Por isso, estas eleições submetem às reformas do governo, quase todas com o selo pessoal de Renzi, à prova, embora ele não tenha querido se envolver demais na campanha eleitoral.
Durante um ato, Renzi reiterou que não considera este pleito nem “um teste pessoal” nem a seu governo e se disse estar “otimista”.
Quem se envolveu diretamente na campanha eleitoral foi Silvio Berlusconi, cujo partido, Forza Itália, alcançou o mínimo histórico nas últimas eleições europeias e atravessa uma grande crise com a saída de alguns de seus membros mais renomados.
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Este pleito também servirá para cotejar se o Movimento 5 Estrelas conserva os apoios das últimas eleições, que rondavam 20%.
A maior atenção nestas regionais se centra em Campânia, onde a centro-esquerda se apresenta com Vincenzo de Luca, declarado “inapresentável” pela comissão parlamentar antimáfia por ter sido condenado por abuso de poder em primeira instância.
Renzi se expôs para defender seu candidato em Campânia e considerou a inclusão de De Luca nesta lista uma vingança da presidente da antimáfia, Rosy Bindi, uma das líderes da corrente do PD que se opõem ao que consideram “autoritarismo” de seu líder. EFE
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