Eleitores reclamam de votos anulados em eleições parlamentares na Venezuela
Cerca de 19,5 milhões de eleitores venezuelanos vão às urnas neste domingo (06) desde as 06h (horário local) para definir os 167 parlamentares da Assembleia Nacional.
Apesar de pesquisas de boca de urna serem proibidas, há a expectativa de que a oposição venha a vencer. Do lado de fora dos locais de votação, mas mais afastados, foram montados pequenos quiosques vermelhos, cor do partido chavista, Partido Socialista Unido da Venezuela.
No entanto, nas redes sociais, existem reclamações de diversos eleitores que dizem ter tido seus votos anulados, apesar de terem realizado seus votos de maneira correta.
A oposição denunciou agressões contra alguns de seus fiscais e intimidações a eleitores em diversos estados do país. Porém, não foram relatadas prisões ou casos de violência.
Segundo a repórter da Jovem Pan em Caracas, Ana Carolina Peliz, o clima, em geral, é bem tranquilo. Segundo informações, um representante da união Europeia estava no centro de Caracas e disse que até agora não foi observado nada de irregular.
Opositor venezuelano pode votar
A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, confirmou que o dirigente opositor Leopoldo López, que está na prisão, foi autorizado a votar nas eleições legislativas deste domingo e explicou que, para isso, solicitou ao órgão eleitoral para que seja habilitada uma mesa de votação para este fim.
“Solicitamos que fosse habilitada uma mesa para López exercer” o direito ao voto, declarou a procuradora após ela mesma votar em um colégio de Caracas.
Díaz esclareceu que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) é que vai decidir se a mesa ficará na prisão militar próxima à capital, onde está preso, ou se ele será levado a algum colégio eleitoral da região da penitenciária.
O advogado de López, Juan Carlos Gutiérrez, apresentou no último dia 1º em um tribunal de Caracas um pedido nesse sentido, com o argumento de que López “não está inabilitado politicamente”. Isso porque sua sentença “não foi executada por não ser definitiva, já que foi exercido o recurso de apelação correspondente”.
A defesa de López, considerado pela oposição como um “preso político” – condição negada pela Justiça e o governo -, apelou em 16 de outubro da sentença que o condenou em setembro a 13 anos, 9 meses, 7 dias e 12 horas de prisão.
López, que está preso desde há um ano e dez meses, foi condenado por instigação pública, formação de quadrilha, danos à propriedade e incêndio pelos episódios violentos ocorridos ao término de uma manifestação a qual convocou em 12 de fevereiro de 2014 e que teve saldo de três mortes.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.