ELN propõe diálogo com governo colombiano com possível abandono de armas
Bogotá, 7 jan (EFE).- A guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) anunciou nesta quarta-feira por meio de seu líder máximo, Nicolás Rodríguez Bautista, conhecido como “Gabino”, que está disposta a dialogar com o governo da Colômbia e abandonar as armas como parte de uma negociação de paz.
Esta intenção foi expressada na “Declaração Política” do 5º Congresso do ELN, lida por “Gabino” e divulgada hoje em vídeo no site da guerrilha. O texto afirma que o governo do presidente Juan Manuel Santos demonstrou “sua disposição de pôr fim ao conflito armado e para isso convocou a insurgência”.
“Participaremos deste diálogo para examinar a vontade real do governo e do Estado colombiano; se neste exame concluirmos que não são necessárias as armas, teríamos a disposição de considerar se deixaríamos de usá-las”, diz a declaração.
O ELN, que desde janeiro do ano passado mantém diálogos “exploratórios” com o governo com o objetivo de estabelecer uma negociação de paz similar a que está sendo realizada em Cuba com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), disse que o sucesso final da iniciativa está nas mãos do Estado.
“O governo de Santos tem a opção de persistir em sua política de guerra e pacificação ou se atrever a um verdadeiro caminho de paz desejado por todos os colombianos”, acrescentou o chefe do ELN.
Na segunda-feira, Santos reforçou seu convite para este grupo seguir os passos das Farc rumo a uma negociação e uma declaração de trégua unilateral.
“Queremos convidar o ELN a se unir à iniciativa de um cessar-fogo unilateral, como fez as Farc. E também queremos convidá-los a chegarmos a um acordo, o mais em breve possível, sobre os pontos da agenda que viemos discutindo há algum tempo”, disse Santos em Cartagena, após se reunir com seus negociadores de paz e com assessores internacionais.
Em 29 de dezembro, o ELN publicou em seu site que hoje, 7 de janeiro, faria um “anúncio especial” por ocasião do 50º aniversário da tomada de Simacota, cidade do departamento de Santander que foi o primeiro povo atacado por essa guerrilha.
Segundo a declaração lida por “Gabino”, desde então “as coisas seguem igual” no país e por isso a luta do ELN continua.
“Há mais de 50 anos nos alçamos em armas porque entendemos que as vias legais estavam fechadas para as lutas do povo. Hoje, seguimos considerando isto”, afirmou. EFE
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