Em 25 anos, planeta perdeu superfície florestal do tamanho da África do Sul

  • Por Agencia EFE
  • 07/09/2015 12h21

Durban (África do Sul), 7 set (EFE).- Ao todo, 129 milhões de hectares de floresta, o equivalente, aproximadamente, a uma superfície do tamanho da África do Sul, sumiram do mundo nos últimos 25 anos, revelou um relatório divulgado nesta segunda-feira pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

“O desmatamento continuou, mas o ritmo reduziu, apesar de mais do que nunca serem usados produtos florestais”, afirmou o diretor-geral da entidade, o brasileiro José Graziano da Silva, durante a abertura do XIV Congresso Florestal Mundial (WFC) na cidade sul-africana de Durban.

De acordo com o relatório deste ano sobre os recursos florestais mundiais, a superfície de florestas continua diminuindo à medida que a população cresce e a demanda por alimentos e terras se intensifica, porém o ritmo anual de desmatamento caiu em mais de 50% nos últimos cinco anos.

Esta mudança se deve ao fato de a taxa de desmatamento ter diminuído em alguns países e em outros ter aumentado a superfície florestal, uma grande evolução se for levado em conta que nos últimos anos a extração anual de madeira e o número de habitantes aumentaram.

Segundo o estudo, a maior perda de superfície de florestas ocorreu nos trópicos, especialmente na América do Sul e na África. As florestas, que em 2015 representam menos de 4 bilhões de hectares, absorvem o carbono e reduzem as emissões de gases do efeito estufa à atmosfera.

Mas sua degradação em nível mundial em terras destinadas para outros usos, como a agricultura, levou a diminuição das reservas mundiais de carbono na biomassa florestal em quase 17,4 gigatoneladas nos últimos 25 anos. O desmatamento é um fenômeno difícil de medir, inclusive através de imagens de satélite, pois os lucros e as perdas na mata ocorrem continuamente.

O grosso da floresta mundial é natural, reduzida de 8,5 milhões de hectares anuais (de 1990 a 2000) a 6,6 milhões anuais nos últimos cinco anos, uma tendência que deve continuar no futuro, sobretudo nas zonas tropicais. Por sua vez, a superfície de floresta plantada aumentou em mais de 110 milhões de hectares em 25 anos e representa 7% do total no mundo.

Em 2015, 30% das florestas do mundo tinham função produtiva e, aproximadamente um quarto delas tinha múltiplos usos ao fornecer madeira, produtos florestais não madeireiros, água, lugares de lazer e condições para a gestão das fauna e flora silvestres.

A conservação da biodiversidade constitui o principal objetivo da gestão florestal. O estudo Ressaltou que houve progressos “substanciais” rumo à gestão florestal sustentável, pois aumentaram os planos, o monitoramento, as certificações e as estatísticas relacionadas. Além disso, cresceu a superfície de floresta destinada ao uso florestal permanente por porte de governos e proprietários privados, entre os quais se destaca o caso da China.

Apesar dos esforços realizados, o relatório advertiu que as práticas insustentáveis e o desmatamento continuam, ao tempo que em alguns países as comunidades locais continuam sem conseguir o benefício suficiente das florestas. EFE

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