Em campanha, Trump promete retirar Estados Unidos de acordos de comércio

  • Por Estadão Conteúdo
  • 29/06/2016 12h48
EFE Donald Trump - EFE

O virtual candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, prometeu, caso não haja uma renegociação, retirar os Estados Unidos do Acordo de Comércio da América do Norte (Nafta), bem como enterrar a proposta do Parceria Transpacífica (TPP, na sigla em inglês) e, por fim, denunciar a China como manipuladora cambial. Estes seriam três dos pilares da política externa de Trump, se eleito for no próximo pleito presidencial norte-americano. 

As propostas do bilionário vão contra as políticas apoiadas, há décadas, pelo seu próprio partido. Ao invés disso, o empresário gastou boa parte de um discurso do início da semana para elogiar a política econômica do século 18, que gerava receitas para o governo federal amplamente enraizadas em tarifas comerciais.

“Nossa Constituição Original não previa nem mesmo um imposto sobre a renda. Ao invés disso, tinham-se taxas cambiais, enfatizando a aplicação delas sobre a produção estrangeira, não doméstica”, pondera, condicionando, “no entanto, 240 anos depois dessa revolução, nós viramos as coisas de cabeça para baixo.”

Os comentários de Trump foram criticados tanto por democratas aliados à sua adversária, Hillary Clinton, como por republicanos que apoiam os acordos cmerciais. Segundo a Câmara de Comércio norte-americana, a abordagem do candidato pode custar 3,5 milhões de empregos nos Estados Unidos como resultado de “preços mais altos” e de “uma economia mais fraca”.

Suas posições também foram direcionados, como já dito, à China, “eu vou instruir meu secretário do Tesouro a denunciar a China como uma manipuladora de câmbio. Qualquer país que desvaloriza sua moeda para ter vantagens contra os Estados Unidos precisa ser enfrentado”, protestou, acrescentando que irá levar adiante outras acusações contra Pequim nos EUA e também na Organização Mundial do Comércio (OMC), “a prática desleal de subsídios chineses é proibida pela OMC e eu pretendo aplicar essas regras”, promete.

O magnata não mencionou propostas polêmicas anunciadas nas prévias, como a imposição de uma tarifa de 45% sobre produtos vindos do país asiatico ou pesadas multas sobre companhias norte-americanas que construíssem fábricas no México. Trump, no entanto, tentou ligar sua proposta de nacionalismo econômico com a votação da semana passada, no Reino Unido.

“Nossos amigos britânicos recentemente votaram para tomar de volta seu controle sobre a economia, a política e suas fronteiras”, analisou, dizendo que, “estava do lado certo dessa discussão, como sabem, com o povo. Hillary, por outro lado, esteve sempre do lado das elites.” 

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