Em carta à Câmara, Eduardo Azeredo renuncia a mandato de deputado federal

  • Por Agencia EFE
  • 19/02/2014 16h02

Brasília, 19 fev (EFE).- Acusado de ter se beneficiado do esquema de corrupção que ficou conhecido como “mensalão mineiro”, o deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG) renunciou nesta quarta-feira a seu mandato às vésperas de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A renúncia de Azeredo à cadeira que ocupava desde fevereiro de 2011 foi formalizada por meio de uma carta que o político enviou à Câmara dos Deputados e na qual rejeita as acusações, se diz inocente e critica o STF, afirmando que “não julga, só condena”.

No início deste mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo uma pena de 22 anos de prisão para Azeredo, a quem acusa de desvio e lavagem de dinheiro.

Na carta divulgada hoje, Azeredo sustenta que a acusação foi construída “sobre a base de testemunhas e documentos falsos” e assegura que foi “transformado em um mero alvo político destinado a sofrer ataques para compensar crimes cometidos por outros”.

O caso remonta a 1998, quando Azeredo era candidato ao governo de Minas Gerais e, segundo a acusação, se valeu de uma rede de captação ilegal de recursos para financiar sua campanha, na qual estavam envolvidas empresas públicas e privadas.

De acordo com as acusações, um dos “operadores” da rede era o publicitário Marcos Valério Fernandes, que, segundo o STF, cumpriu o mesmo papel no caso do mensalão que envolveu políticos do PT e foi condenado por sua participação neste esquema de corrupção a 40 anos de prisão.

O publicitário, no entanto, não voltará a ser processado pelo Supremo, que no caso relativo a Minas Gerais decidiu que só julgará Azeredo e o senador Clésio Andrade (PMDB-MG), pois do total de 14 envolvidos neste caso são os únicos com direito a esse foro privilegiado.

Os demais acusados, incluindo Marcos Valério, serão julgados em instâncias mais baixas. Já o caso de Clésio Andrade será tratado pelo Supremo, mas separadamente.

Azeredo, de 65 anos, foi um dos fundadores do PSDB em 1988, e ao longo de sua vida política foi deputado, senador, prefeito de Belo Horizonte e governador de Minas Gerais. EFE

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