Em cooperação inédita em 70 anos, França e Rússia atacam Estado Islâmico

França e Rússia anunciaram o início de uma cooperação inédita em 70 anos contra o Estado Islâmico, voltando a bombardear a cidade de Raqqa, reduto do grupo na Síria.
De forma paralela, investigadores franceses continuam tentando estabelecer o modo como ocorreram os atentados que deixaram 129 mortos e 352 feridos na noite da última sexta-feira (13), em Paris.
Além dos atentados na França, o Estado Islâmico reivindicou também o ataque com bomba em avião russo que matou todos os 224 ocupantes. Os russos admitiram, pela primeira vez, que o avião foi alvo de um atentado.
Raqqa foi bombardeada pela Força Aérea francesa pela segunda vez em 24 horas na madrugada desta terça-feira (17). Em um terceiro revide, a Rússia bombardeou o local com mísseis de cruzeiro e bombardeios estratégicos.
François Hollande, presidente da França, e Vladimir Putin, presidente russo, conversaram por telefone sobre a coordenação dos seus esforços. Segundo o Kremlin, ambos são favoráveis a “uma coordenação mais estreita” entre seus serviços secretos sobre a Síria.
No entanto, os presidentes possuem opiniões distintas sobre o presidente sírio, Bashar al-Assad, Este possui apoio russo, enquanto a França quer que ele deixe o poder. Mas isso não impediu que, desde o fim de setembro, bombardeios fossem feitos contra a Síria.
Estados Unidos cooperando com França
O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, reuniu-se com o presidente da França, François Hollande, para demonstrar solidariedade pelos ataques da última sexta-feira, 13. Ele disse que o mundo civilizado precisa aumentar os esforços para combater o Estado Islâmico ao perseguir o grupo e o seu núcleo.
Ao lado de Hollande no Palácio do Eliseu, Kerry disse que os atentados na capital francesa – junto com os ataques no Egito, Líbano, e Turquia – deixaram claro que mais pressão precisa ser exercida sobre os jihadistas.
“Minha sensação é que todo mundo entende que nós precisamos aumentar nossos esforços para atingi-los no núcleo onde estão planejando essas coisas e também, obviamente, fazer mais nas fronteiras, em termos de circulação de pessoas”, disse Kerry. “O nível de cooperação não podia ser maior. Nós concordamos em trocar mais informações e eu estou convencido de que, no decorrer das próximas semanas, o Estado Islâmico vai sentir uma pressão maior”, acrescentou.
Hollande pretende visitar Washington na próxima semana para se encontrar com o presidente dos EUA, Barack Obama e discutir a expansão das cooperações no combate ao Estado Islâmico e na crise da Síria.
*Com informações de Agência Estado
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