Em fórum, Cristina Kirchner critica “pilhagem” feita por países ricos

  • Por Agencia EFE
  • 16/07/2014 15h21

Brasília, 16 jul (EFE).- A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, criticou nesta quarta-feira em Brasília, onde participa da reunião entre os líderes do fórum Brics e os presidentes sul-americanos, o que classificou como atitude de “pilhagem” de alguns dos países desenvolvidos.

“Achamos que deve acabar esse tipo de pilhagem internacional em matéria financeira, como hoje pretendem fazer contra a Argentina e como vão querer fazer contra outros países”, disse Cristina a um grupo de integrantes das Juventudes Socialistas do Brasil que foi ao hotel onde está hospedada a governante em Brasília.

A chefe de Estado aproveitou o encontro com os militantes brasileiros para se pronunciar novamente contra os “fundos abutres”, como chamou os grupos especulativos que rejeitaram a renegociação da dívida argentina e processaram o país sul-americano em tribunais americanos para obter uma remuneração significativamente superior por seus títulos.

“É muito importante que vocês, que são o presente e o futuro, não permitam que hipotequem suas esperanças e os sonhos de um Brasil melhor e de uma América Latina melhor”, afirmou a governante.

Cristina chegou ontem à noite a Brasília para participar da reunião desta quarta-feira entre os presidentes dos países da União Sul-Americana de Nações (Unasul) e os cinco líderes dos Brics, o grupo integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A presidente argentina também destacou em suas declarações o “passo muito importante” dado ontem em Fortaleza com a criação do fundo de desenvolvimento dos Brics como alternativa a outras “instituições que questionam o funcionamento de organismos multilaterais, em vez de dar soluções”, acrescentou.

O Banco dos Brics, com capital inicial de US$ 50 bilhões e que financiará projetos de infraestrutura em países em desenvolvimento, é visto com esperança pela Argentina, que atravessa sérios problemas com sua dívida externa e de acesso a novos créditos.

“Precisamos de bancos de desenvolvimento que se erijam como ferramentas para o financiamento de obras de infraestrutura” e para “aumentar a competitividade”, e “não os bancos de desenvolvimento como ferramenta extorsiva dos países mais desenvolvidos”, declarou na véspera o chefe de Gabinete argentino, Jorge Capitanich. EFE

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