Em Kiev, Merkel reitera apoio à integridade territorial da Ucrânia
Kiev, 23 ago (EFE).- A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, reiterou neste sábado seu total apoio à integridade territorial da Ucrânia e à busca de um fim pacífico para o conflito armado no leste do país.
“O que ocorreu (a anexação da Crimeia pela Rússia) é uma violação da integridade territorial. Se a reconhecermos, isso afetará toda a Europa, alterará a coexistência pacífica na Europa”, disse Merkel, em entrevista coletiva ao lado do presidente ucraniano, Petro Poroshenko.
Por isso, “é tão necessária observar o princípio de integridade territorial”, acrescentou a chanceler, que ressaltou que agora, “para começar, é preciso conservar Lugansk e Donetsk”, palcos de combates entre as forças ucranianas e as milícias separatistas pró-Rússia.
Merkel declarou que a “Ucrânia não só deve se defender quando é atacada, mas também são necessárias negociações”, e destacou que o presidente ucraniano segue este caminho.
“Chegou a hora de falar de paz. Nos últimos dois meses, mudou o mas importante: a população de Donbass (região onde ficam Donetsk e Lugansk) já não apoia os mercenários que nos trouxeram a guerra”, disse por sua vez Poroshenko.
No entanto, ele enfatizou que a paz não pode ser alcançada “à custa da integridade territorial da Ucrânia”.
“O obstáculo são os mercenários estrangeiros. Se forem retirados de nosso território, a paz será restabelecida imediatamente”, ressaltou Poroshenko.
Merkel expressou sua esperança de que as conversas que vão acontecer na próxima terça-feira em Minsk entre os líderes da União Aduaneira (Rússia, Belarus e Cazaquistão), Ucrânia e a União Europeia ajudem a resolver a crise nas regiões orientais ucranianas.
Poroshenko agradeceu a Merkel a decisão da Alemanha de dar tratamento médico a 20 militares ucranianos gravemente feridos, assim como de promover a criação de um fundo especial, que será anunciado em conferência de doadores da UE em setembro, para destinar 500 milhões de euros à reconstrução de Donbass.
“Todos lembramos o plano Marshall para a Europa de pós-guerra. Hoje posso dizer que este é o começo do plano Merkel para a reconstrução das infraestruturas de Donbass”, disse o presidente ucraniano. EFE
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