Em novo relatório, EUA denunciam contínuas ameaças contra dissidentes em Cuba

  • Por Agencia EFE
  • 27/02/2014 16h23
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Washington, 27 fev (EFE).- A maioria das violações dos direitos humanos em Cuba, segundo uma denúncia apresentada nesta quinta-feira pelo governo dos EUA, são cometidas pelas autoridades que continuam ameaçando, intimidando e coagindo os dissidentes políticos.

No relatório do Departamento de Estado americano sobre os direitos humanos no mundo, enviado hoje ao Congresso, Washington volta a insistir no caso das mortes dos líderes opositores Oswaldo Payá e Harold Cepero, que, segundo sua opinião, não foi devidamente investigada.

O documento faz referência às declarações lançadas pelo político espanhol Angel Carromero, que conduzia o automóvel em que viajavam os dois dissidentes quando morreram, em entrevista concedida há um ano ao jornal “The Washington Post”.

“Carromero alegou que foi testemunha que o governo de Cuba esteve envolvido nas lesões mortais sofridas por Payá e Cepero em julho de 2012” e especificou que o acidente “aconteceu porque as forças de segurança do Estado seguiram o veículo de Payá muito de perto, bateram no carro e o tiraram da estrada”, apontou.

“O governo (de Cuba) negou esta versão dos fatos e afirmou que Carromero causou o acidente quando perdeu o controle do veículo devido ao excesso de velocidade”, insiste o relatório, que reitera a ausência de uma investigação transparente sobre o caso.

Embora as leis cubanas proíbam o tratamento desproporcional dos presos, os EUA asseguram que houve “relatórios fidedignos” de intimidações por parte das forças de segurança, assim como de agressões contra defensores de direitos humanos, dissidentes e outros detidos.

Estes abusos, além disso, ocorriam com total impunidade, acrescenta o texto.

“As prisões continuam amontoadas, e as instalações, o saneamento e o atendimento médico são muito deficientes. Os relatórios de agressões aos prisioneiros eram comuns e incluíam golpes por parte dos funcionários de prisões, assim como entre os próprios prisioneiros”, assegurou o relatório.

Segundo o Departamento de Estado, no ano passado, também houve “alguns relatórios de agressões sexuais entre presos, geralmente devido à falta de guardas de segurança na prisão”.

Além disso, o relatório reitera que o país caribenho continua praticando detenções arbitrárias como um método comum do governo “para controlar a expressão pública independente e a atividade política”.

O relatório também denuncia a falta de liberdade de expressão, que, apesar de estar estabelecida na Constituição cubana, só “se ajusta aos fins da sociedade socialista”.

“As leis que proíbem as críticas dos líderes e a distribuição da propaganda antigovernamental são castigadas com penas de entre três meses e 15 anos de prisão”, acrescentou.

O Governo dos Estados Unidos destaca há anos a situação dos direitos humanos em Cuba em relação a outros países da América Latina em seu relatório anual, que serve como guia para que os legisladores americanos decidam sobre a ajuda externa que podem conceder a cada país. EFE

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