Em Portugal, oposição exige que governo pare com privatizações

Lisboa, 23 jul (EFE).- O Partido Socialista (PS) de Portugal pediu nesta quinta-feira ao governo que interrompa “imediatamente” os processos de privatizações em andamento, um dia depois de o presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, anunciar a realização de eleições gerais em 4 de outubro.

O porta-voz do PS, João Galamba, pediu ao Executivo que “não se aproveite das últimas semanas de seu mandato” para concretizar um processo de privatizações que não tem apoio majoritário dos portugueses e que não terá continuidade depois das eleições.

O pedido dos socialistas foi feito no mesmo dia em que o governo anunciou a venda de 100% da empresa CP Carga, a divisão de carga da companhia pública de ferrovias Comboios de Portugal (CP).

Segundo o PS, no final da legislatura “não se reúnem as condições para o escrutínio democrático” da ação do governo, formado pela coalizão entre conservadores e liberais e liderado por Pedro Passos Coelho.

Por essa razão, exigiu que parem os processos de privatização “acelerada” em setores como transportes, água e meio ambiente.

Galamba também criticou o que considera falta de transparência e menosprezo do interesse público nesses processos.

O governo de Passos Coelho finaliza neste ano eleitoral a venda de algumas empresas “bandeira” do país, entre elas a companhia aérea TAP e a entidade financeira Novo Banco, após ter privatizado várias companhias públicas desde o início da crise financeira. EFE