Em Portugal, protesto contra Uber termina em enfrentamento de taxistas

  • Por Agencia EFE
  • 08/09/2015 18h02

Lisboa, 8 set (EFE).- O protesto contra o aplicativo Uber organizado nesta terça-feira em Portugal acabou em enfrentamento entre os taxistas que aderiram a manifestação contra os que não participaram.

Milhares de taxistas se concentraram nas três principais cidades do país – Lisboa, Porto e Faro – convocados pelo sindicato do setor para protestar contra a empresa americana Uber, que conecta motoristas privados a passageiros.

Com cartazes com o lema “Uber go home” (“Uber volta para casa”), os taxistas se mostraram contrários ao “transporte ilegal” e denunciaram o fato de a companhia continuar operando no país, apesar da proibição da Justiça ditada em abril.

Em Lisboa, aproximadamente, 3 mil motoristas de táxi, segundo dados da organização, protagonizaram uma “marcha lenta” da zona norte da cidade até a Praça do Comércio, no centro. Alguns participantes lançaram ovos nos colegas de profissão que decidiram trabalhar normalmente hoje, o que gerou enfrentamentos que obrigaram à polícia a intervir. Um fotógrafo, que cobria o protesto, foi agredido com socos.

No Porto, a segunda maior cidade do país, cerca de 800 taxistas se juntaram a “marcha lenta” e no Faro o ato reuniu 150.

Os protestos prejudicaram o trânsito nas três cidades, especialmente nas principais ruas de Lisboa e no aeroporto da capital, onde os manifestantes bloquearam a saída dos ônibus.

A Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (Antral), organizadora da concentração, ameaçou realizar mais protestos durante a campanha eleitoral para as eleições legislativas de 4 de outubro, caso o Uber continue operando em Portugal.

Um membro da Antral, que não quis se identificar, disse que representantes da associação foram recebidos pela ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, que afirmou que se reuniria com o ministro da Economia para analisar uma solução e que esperava ter uma resposta “nos próximos dias”.

Já o ministro da Economia, António Pires de Lima, disse à imprensa que o Uber “não seria uma ameaça aos taxistas se não tivesse gente buscando esses serviços” e defendeu que deve haver regulamentação. Nesse sentido, argumentou que o ideal é esperar às conclusões do grupo de trabalho europeu criado para debater o tema, para evitar que o serviço seja regulado de forma diferente em cada país.

Representantes do Uber lamentaram os incidentes e voltaram a dizer que continuarão com a batalha legal porque a plataforma online é apenas uma alternativa ao setor de transporte rodoviário. EFE

pfm/cdr

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