Em profunda crise econômica, Venezuela aumenta gasolina em até 6.000%
O combustível mais barato do mundo já não está mais tão em conta. O presidente da Venezuela anunciou nesta quarta-feira um histórico e impressionante reajuste no preço da bomba a partir desta sexta (19).
O litro da gasolina subirá de atuais 0,070 bolívares para 1 bolívar, uma alta de 1.328% por cento. Já a gasolina aditivada salta de 0,097 bolívares para 6 bolívares por litro, uma elevação de mais de 6.000%.
Em rede nacional, Nicolás Maduro tentou minimizar os efeitos do reajuste, afirmando que abastecer um tanque de 40 litros segue sendo mais barato do que um refrigerante no país. (Ouça no áudio acima)
Na taxa de câmbio paralelo, US$ 1 equivale a 1.000 bolívares, portanto 50 litros de gasolina saem por cinco centavos de dólar, ou 19 centavos de real. Ou seja, continua muito barato. Mas, mesmo assim, o governo chavista pisa em ovos.
O último reajuste da gasolina aconteceu em 1989 e gerou na época uma gigante onda de protestos, que ficou conhecida como Caracazo, deixando centenas de mortos.
No entanto, o professor de relações internacionais da USP, Alberto Pfeifer, não vê o reajuste como um gatilho para uma nova revolta popular na Venezuela.
Nicolás Maduro também anunciou uma desvalorização da cotação de câmbio oficial, que vale para importações, indo para 10 bolívares o dólar.
O presidente ainda disse que vai criar uma taxa flutuante de câmbio e terminou o discurso anunciando o aumento do salário mínimo de 9.600 para 11.500 bolívares.
Com Victor LaRegina
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