Em protesto, homem se crucifica em frente à embaixada do Brasil no Paraguai
Assunção, 11 nov (EFE).- Um ex-funcionário da represa Itaipu, compartilhada por Brasil e Paraguai, se crucificou nesta terça-feira em frente à embaixada brasileira em Assunção para reivindicar o pagamento de benefícios que datam da época de sua construção.
“Queremos forçar a reinstalação da mesa de diálogo”, disse à Agência Efe o representante da Coordenadoria de Ex-Trabalhadores de Itaipu e Contratistas, Carlos González.
O homem, Roberto González, de 61 anos, está com vários pregos nas mãos, com os braços em forma de cruz, deitado sob uma barraca na calçada da embaixada. Do outro lado da rua, 60 companheiros instalaram outra barraca de onde realizam seu protesto.
González disse que outro homem e uma mulher também se crucificarão para atrair a atenção das autoridades sobre suas reivindicações.
Os manifestantes reivindicam o pagamento retroativo de cinco benefícios recebidos pelos trabalhadores brasileiros da represa e que não lhes foi repassado: vale-alimentação e pagamentos extras por antiguidade, produtividade, férias e trabalho fora de sua região de origem, explicou González.
O dirigente disse que os governos militares de Paraguai e Brasil da época da obra reconheceram em um protocolo os mesmos direitos aos trabalhadores paraguaios e brasileiros, mas que isso não foi cumprido.
A Coordenadoria agrupa 9.500 ex-empregados, dos quase 40 mil que trabalharam na construção da represa, segundo González.
Itaipu, a hidrelétrica de maior produção do mundo, começou a operar em 1984, com a conexão da primeira de suas atuais 20 turbinas, dez anos depois que Brasil e Paraguai assinassem o tratado constitutivo para dar vida à hidrelétrica na fronteira entre os países, sobre o Rio Paraná.
Com uma produção de 98,6 milhões de megawatts por hora em 2013, Itaipu forneceu 75% da energia consumida pelo Paraguai e 17% pelo Brasil.
No lado paraguaio da represa, os ex-funcionários também montaram um acampamento improvisado onde pernoitam por turnos para reivindicar os benefícios. EFE
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