Em sabatina, Eduardo Campos propõe reforma política para modernizar o Brasil

  • Por Agencia EFE
  • 30/07/2014 15h21
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Brasília, 30 jul (EFE).- O líder do PSB, Eduardo Campos, propôs nesta quarta-feira “renovar a política para modernizar o Estado”, pois o país, disse, “não aguenta mais” o modelo defendido pela presidente Dilma Rousseff, que concorrerá à reeleição em outubro.

Campos abriu um ciclo de diálogos dos principais candidatos para as eleições presidenciais organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que ainda hoje escutará também a própria Dilma e o candidato Aécio Neves (PSDB).

Para o candidato do PSB, o Brasil deve acabar com o chamado “presidencialismo de coalizão”, modelo, segundo ele, implantado no país há mais de 30 anos e que “distribui ministérios” entre os partidos políticos em troca de apoio a um líder.

Campos sustentou que a prática só fomentou a “ineficácia” do Estado, que permanece refém de interesses políticos particulares e de “velhos caudilhos”, entre os quais citou os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor de Mello, conservadores que sempre apoiaram o governo Dilma.

“A sociedade já não quer ser governada de cima para baixo”, afirmou Campos, que sustentou que o “processo de transformação” que “urge” no Brasil não pode estar nas mãos da “velha política”.

Campos, que tem como candidata à vice-presidência em sua chapa Marina Silva, assegurou que “não são necessários 39 ministérios”, como os que há atualmente, para governar o país e afirmou que isso acontece pela necessidade de “distribuição política”.

Concretamente, propôs reduzir o número de ministérios e a despesa, uma maior transparência nas contas públicas e uma aposta firme na inovação, que deve ser fomentada pelo Estado em sociedade com a empresa privada.

Campos reiterou que, da mesma forma que os empresários, defende uma “política externa de Estado, não de partidos”, e que o país “não pode permanecer condicionado ao Mercosul”, bloco que o Brasil compõe com Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela, e impede a seus membros negociar acordos comerciais separadamente.

“Devemos poder fazer negociações em tempos diferentes”, disse Campos, que esclareceu que não se trata de “romper” com o Mercosul, mas de que o Brasil possa “discutir suas próprias relações” com os Estados Unidos, com a União Europeia e a China, entre outros países e blocos.

Campos também apoiou a proposta da CNI para uma reforma tributária; afirmou que a enviará ao Congresso em sua “primeira semana” de governo se ganhasse as eleições e antecipou que incluiria nela o Imposto ao Valor Agregado (IVA), que considerou um “fator” unificador de tributos.

O candidato também propôs uma “agenda da produtividade”, que passa por maiores investimentos em uma educação de qualidade, pela aposta na inovação e na tecnologia, e pelo desenvolvimento de infraestruturas, pois a carência delas encarece os produtos nacionais.

“O investimento em infraestrutura pública e privada não passa hoje de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e precisa subir para entre 3,5% e 5%”, assegurou Campos, que sustentou que o primeiro passo para esses objetivos passa por uma reforma política que “modernize” o Estado e estabeleça uma nova relação com a empresa privada.

“Essa é a questão central no Brasil de hoje”, declarou o candidato, que nas pesquisas de opinião aparece com intenções de voto por volta de 10%.

Segundo as mesmas enquetes, Dilma aparece como favorita e ficaria em primeiro lugar no dia 5 de outubro com 40%, contra 22% que Aécio Neves obteria.

Esses resultados levariam a definição para um segundo turno, na qual a atual governante seria reeleita com uma votação próxima de 40%, contra os 35% que Aécio teria. EFE

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