Em segundo turno inédito, argentinos vão às urnas para eleger presidente

  • Por Jovem Pan com Agência EFE
  • 22/11/2015 12h41
EFE Em segundo turno inédito

Os colégios eleitorais da Argentina abriram neste domingo para que os argentinos escolham seu presidente pelos próximos quatro anos, em um segundo turno inédito no país. Os centros de votação abriram às 8h (9h em Brasília) e fecharão às 18h.

Assim como no primeiro turno, realizado em 25 de outubro, 32 milhões de argentinos estão convocados às urnas para escolher entre o conservador Mauricio Macri, candidato da coalizão opositora Mudemos e favorito nas pesquisas, e o peronista Daniel Scioli, da governante Frente para a Vitória.

É a primeira vez que os argentinos participam de um segundo turno presidencial desde a implementação deste sistema, em 1994.

Mais de 100 mil soldados das forças de segurança argentinas zelam pela ordem e pela segurança das eleições. Cada um dos partidos terá cerca de 13.500 fiscais monitorando o pleito.

Segundo o diretor eleitoral argentino, Alejandro Tullio, os primeiros resultados serão divulgados a partir das 19h30.

O vencedor nas urnas ocupará o lugar de Cristina Kirchner na Casa Rosada a partir de 10 de dezembro.

Novo presidente e o que afeta o Brasil

Em entrevista a repórter Izilda Alves, o administrador Paulo Possas afirmou que, independentemente da vitória de Scioli ou de Macri, já será uma vitória para o Brasil, em relação ao Governo de Cristina Kirchner.

“Para o Brasil, a mudança de Cristina Kirchner para qualquer um dos dois será um progresso, uma melhoria. É uma melhoria bem diferente. No caso da vitória de Scioli, vamos ter uma maior afinidade entre governos brasileiro e argentino, mas uma certa continuidade das políticas populistas que a Argentina tem mantido com um sucesso pequeno. (…) A vitória do Macri, ao contrário, é uma revolução enorme da Argentina, ela cancela 12 anos de governo populista, rompe padrão populista da América Latina e para o Brasil, em tese, ela tem um primiero momento pior e segundo momento melhor”.

Para ele, portanto, o Governo Scioli seria melhor a curto prazo e “muito pior” a longo prazo. Já uma vitória de Macri seria um pouco pior a curto prazo e “muito melhor” a longo prazo. “Pesando os dois, é preferível o Macri, até para romper com esse padrão bolivariano que não levou a nada na América Latina”, explicou.

*Ouça a entrevista completa no áudio acima

Mauricio Macri

Mauricio Macri, candidato à presidência argentina pela aliança opositora Mudemos, afirmou neste domingo que hoje é “um dia histórico”, que representa “o começo de uma nova etapa na Argentina”, após votar em um colégio de Buenos Aires no segundo turno da eleição presidencial.

Acompanhado por sua esposa, a empresária Juliana Awada, o candidato conservador, que as pesquisas apontam como favorito, disse estar “feliz, mas tranquilo”. 

“Amanhã, aconteça o que acontecer, vamos estar todos juntos”, disse Macri, enquanto uma multidão de simpatizantes gritava: “Se sente, se sente, Mauricio presidente”.

Daniel Scioli

O candidato governista à presidência da Argentina, o peronista Daniel Scioli, se mostrou otimista neste domingo antes de votar, e pediu aos argentinos que “votem com consciência, como disse o papa Francisco”.

“Hoje ganha o povo” disse Scioli ao destacar que se trata de uma “jornada histórica”, por ser o primeiro segundo turno da história do país.

“Confio muito no povo argentino”, disse sobre a disputa com o conservador Mauricio Macri, que as pesquisas mostram como favorito.

O candidato da governante Frente para a Vitória (Fpv) votou acompanhado de sua mulher, Karina Rabolini, e de sua filha Lorena, em um colégio na cidade de Tigre, na província de Buenos Aires, enquanto um grupo de simpatizantes cantava “Se sente, se sente, Scioli presidente”.

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