Em sintonia com o exterior, dólar sobe 0,36% e fecha a R$ 4
As preocupações trazidas por um teste nuclear feito pela Coreia do Norte e os receios de sempre com a economia brasileira definiram nesta quarta-feira, 6, o avanço do dólar ante o real. A moeda americana à vista fechou em alta de 0,36%, aos R$ 4,0073, em sintonia com o viés positivo para a divisa no exterior. O dólar para fevereiro, que fecha apenas às 18 horas, subia no fim da tarde 0,27%, aos R$ 4,055.
Durante a madrugada, a Coreia do Norte informou ter realizado, com sucesso, seu primeiro teste com uma bomba H – um tipo de artefato mais potente que a bomba nuclear. No que parecia um flash-back da Guerra Fria, o teste foi condenado por várias potências, entre elas o Japão, que prometeu “forte medida” contra a Coreia do Norte.
Nos mercados de moedas, a reação direta foi de busca pela proteção do dólar, em detrimento das demais divisas. No Brasil, a máxima da sessão foi registrada logo no início do dia, sob o impacto das notícias: o dólar marcou R$ 4,0536 (+1,52%) às 9h05.
Além da Coreia do Norte, a China contribuía para a busca de dólares. Isso porque o Banco do Povo da China (PBoC, o BC do país) orientou a queda do yuan (a alta do dólar) por meio de sua taxa de referência diária. “A situação da China incomoda. O país busca uma estabilidade do yuan contra uma cesta de divisas, para ficar mais competitivo na exportação. Mas isso é ruim para outros países exportadores e suas moedas”, comentou José Faria Júnior, diretor da consultoria Wagner Investimentos.
No Brasil, porém, o dólar na faixa dos R$ 4,05 provocou vendas. Como tem ocorrido em sessões mais recentes, sempre que a moeda atinge patamares mais altos, exportadores aproveitam para internalizar recursos. Ao mesmo tempo, players reduzem um pouco das posições compradas no mercado futuro, embolsando ganhos.
O dólar perdeu força à tarde ante o real, mas manteve-se no campo positivo durante todo o tempo. Os dados do fluxo cambial de 2015, divulgados no início da tarde, geraram avaliações mistas nas mesas. Por um lado, alguns profissionais viram os números como um fator de sustentação do dólar. Por outro, como um motivo para a perda de força das cotações.
No acumulado do ano, o fluxo cambial total foi positivo em US$ 9,414 bilhões, no melhor resultado desde 2012. Apenas em dezembro, o fluxo foi negativo em US$ 2,146 bilhões, com saídas de US$ 9,270 bilhões pela conta financeira e entradas de US$ 7,124 bilhões pela comercial. O resultado do mês passado foi ruim – já que prejudicou o desempenho anual -, mas dezembro já é, tradicionalmente, um período de fluxo negativo, em função das remessas ao exterior.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.