Em todo o mundo mulheres se mobilizam para defender igualdade e direitos
Redação Central, 8 mar (EFE).- As reivindicações de igualdade e a defesa dos direitos das mulheres marcaram a comemoração do Dia Internacional da Mulher neste sábado, com manifestações que aconteceram em todo o planeta.
As mulheres americanas se mobilizaram para pedir igualdade no trabalho e salarial e que se combata a violência de gênero em manifestações, a imensa maioria pacíficas, mas que no caso de Santiago do Chile terminaram com incidentes.
Os carabineiros utilizaram jatos de água no final de uma manifestação que reuniu milhares de mulheres de todas as idades na capital chilena, com cartazes e o corpo pintado em protesto contra as diferenças entre sexos.
Em Caracas, a polícia e a Guarda Nacional impediram uma passeata organizada pelas mulheres da plataforma Mesa da Unidade que buscaria chegar até o Ministério de Alimentação para protestar contra o desabastecimento nos supermercados.
Enquanto isso, a pediatra Aleida Guevara, filha do guerrilheiro Ernesto Che Guevara, participou de Caracas de um debate sobre “O feminismo de Chávez”, e cantou diante do túmulo do presidente, morto em março do ano passado, o tema “Adeus, meu amor”.
A situação da mulher na Venezuela foi tema de fala do presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, que afirmou que as panamenhas “têm liberdade”, enquanto as venezuelanas “brigam por ela”, alfinetada que aconteceu logo depois de Caracas rompesse esta semana relações políticas e comerciais com o país centro-americano.
Na Nicarágua, as forças anti-motim da polícia bloquearam a manifestação comemorativa convocada por uma dezena de organizações de defesa dos direitos das mulheres, já que no final estava ocupado por seguidores do governo.
Já o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, defendeu a igualdade salarial e se comprometeu a avançar em uma política de respeito aos direitos das mulheres.
Também houve manifestações na Guatemala, onde em 2013 foram assassinadas 755 mulheres e mais de 35 mil adolescentes ficaram grávidas, a maioria delas vítimas de violência sexual, segundo dados divulgados à Agência Efe pelo Programa de Proteção Infantil.
Na Argentina, segundo uma pesquisa, mais da metade das mulheres considera não ter as mesmas possibilidades que os homens para alcançar postos hierárquicos e as dificuldades trabalhistas aumentam se têm filhos pequenos.
Por causa do Dia Internacional da Mulher, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) lançou “Elle”, um filme sobre o Haiti dirigido pelo espanhol Raúl de la Fuente que mostra a integração da mulher no país caribenho e a luta cotidiana delas após o terremoto de 2010.
No Líbano milhares de pessoas se manifestaram em Beirute para exigir uma lei que proteja as mulheres contra a violência de gênero e para que seus direitos sejam reconhecidos, com cartazes com palavras de ordem como “Me protejam para que não me matem”, “Lutaremos sem ceder” e “Vergonha da nação que mata suas mulheres em nome da honra”.
As mulheres do Sudão do Sul, afetadas pelo conflito armado, se reuniram hoje nos campos de refugiados da ONU sob o lema “Inspiração na cultura da paz”, em busca de constribuir coma paz e a estabilidade no país.
Na África Subsaariana, um grupo de homens criou o Movimento “V-Men” para defender os direitos das mulheres na República Democrática do Congo (RDC), considerado pela ONU “o pior lugar do mundo para ser mulher”.
A organização é liderada pelo célebre médico congolês Denis Mukwege Mukengere, que dirige um centro de atendimento a mulheres estupradas pelos combatentes que assolam o leste da RDC.
Na Europa, o projeto da lei da reforma do aborto e a violência de gênero protagonizaram as manifestações na Espanha, nas quais se denunciou também a diferença salarial entre homens e mulheres e a eliminação de direitos sociais.
No Reino Unido, entrou em vigor uma nova legislação hoje que permite que as mulheres peçam, na Inglaterra e em Gales, antecedentes de violência doméstica ou de outro tipo de seus parceiros à polícia.
Também em Istambul milhares de mulheres marcharam para reivindicar políticas contra a violência de gênero que, denunciaram, causa três vítimas por dia na Turquia, enquanto as penas contra os agressores é considerada pequena.
Na Itália, dentro do processo parlamentar para a aprovação de uma nova lei eleitoral, várias emendas são discutidas para que se introduza a paridade de gênero nas listas eleitorais. EFE
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