Em um ano, Itália resgatou 163 mil migrantes que se dirigiam à Europa

  • Por Agencia EFE
  • 12/12/2014 10h49

Genebra, 12 dez (EFE).- A Itália resgatou, em um ano, mais de 163 mil migrantes que tentavam atravessar o Mar Mediterrâneo para chegar à Europa, informou nesta sexta-feira a Organização Internacional de Migrações (OIM).

Este número, atualizado até 30 de novembro, é fornecido pelo Ministério do Interior italiano, que comunicou que em novembro foram resgatadas quase 10 mil pessoas, bem menos que as 26.107 de setembro, lembrou o porta-voz da OIM, Joel Millman, em Genebra, na sede da entidade.

Os especialistas indicaram que em novembro “houve muitos dias de tempo ruim”, o que geralmente impede ou atrasa a saída das embarcações do litoral do norte da África e, mais recentemente, da Turquia.

A frequência destas viagens costuma reduzir durante o inverno, mas a OIM constatou que “apesar das condições marítimas mais duras, os traficantes continuam encontrando passageiros”.

Os depoimentos indicam que, se houver mais de 500 migrantes, os traficantes costumam cobrar US$ 4.500 por pessoa. Se a demanda for menor, o preço pode chegar a US$ 6.000 por pessoa maior de sete anos para realizar a travessia da Turquia.

Segundo a ONU, neste ano cerca de 50% dos imigrantes procediam da Síria – em guerra civil desde 2011 – e da Eritréia, onde a população sofre graves violações dos direitos humanos e milhares de jovens fogem de um serviço militar de tempo indefinido.

Em novembro, 3.000 sírios chegaram à Itália, o que elevou a 40 mil o número contabilizado desde janeiro, o que representa um terço de todos os imigrantes. O número de imigrantes eritreus caiu para 300 em novembro, mas chegou a cerca de 34 mil neste ano, segundo as autoridades italianas.

“Ultimamente, a maioria dos sírios chegam em embarcações que partem da Turquia, enquanto os que chegam da Líbia são principalmente da África Subsaariana”, detalhou o representante da OIM na Itália, Federico Soda, citado em comunicado.

Os dados revelam também que as chegadas de imigrantes do Mali, Nigéria, Gâmbia, Palestina e Bangladesh foram duplicadas neste ano em relação a 2013.

A OIM revelou que, pela primeira vez, encontrou entre os imigrantes refugiados foragidos de Kobane, cidade do norte da Síria próxima à fronteira com a Turquia, assediada há meses pelo grupo jihadista Estado Islâmico. EFE

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