Em vídeo, Malafaia insinua que foi alvo de condução por “bater forte em abuso de autoridade”

  • Por Jovem Pan
  • 16/12/2016 13h11
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Reprodução Pastor Silas Malafaia grava vídeo "indignado" por ser alvo de condução coercitiva em ação da Polícia Federal

Após ser alvo de mandado de condução coercitiva, Silas Malafaia, pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, divulgou vídeo (veja mais abaixo) em suas redes sociais alegando inocência da suspeita de ter usado contas correntes da igreja sob sua influência para ocultar a origem ilícita de dinheiro recebido como oferta. Malafaia estava em São Paulo no momento da ação da Polícia Federal e disse que suas netas estavam chorando em sua casa, no Rio de Janeiro.

“Indignado”, Malafaia diz que recebeu o pastor Michael Abud, da igreja Embaixada do Reino de Balneário do Camboriú, junto a um membro da igreja deste, até então desconhecido, “um advogado chamado Jader”. O advogado fez uma “oferta pessoal” de R$ 100 mil. O pastor garante que declarou o valor no imposto de renda em conta conjunta que tem com a esposa.

“Por que isso? Pra que eu não recebi uma intimação para prestar um depoimento? É justo? Uma condução coercitiva para a mídia jogar meu nome na lama e insinuarem como se eu tivesse recebido centenas de cheques e tivesse repassado dinheiro e tivesse envolvido nessa bandidagem?”, exclamou Malafaia no vídeo.

O pastor também insInuou que a ação da Polícia Federal contra ele seria motivada por seu posicionamento contra o abuso de autoridade. “Eu não posso aceitar isso. Mas eu sei o que é isso. Eu tenho lutado contra o abuso de autoridade e gravei vídeo”, disse. No segundo vídeo, reiterou a tese: “Eu sei porque que é. Porque eu tenho batido forte com a questão de abuso de autoridade”. Depois acrescentou: “Nós estamos num estado policialesco, onde a reputação de um cidadão é jogada na lama”.

“Imagina se cada padre, cada pastor que recebe uma oferta e declara, (que) um bandido dá, o pastor ou o padre é bandido?”, questiona também Malafaia. “Se eu depositasse dinheiro e sacasse para mim, ainda dava uma colher de chá”.

“Eu não sou corrupto. Eu não estou envolvido em sacanagem nenhuma. Eu recebo oferta de um monte de gente. Vou saber a origem de quem é? A minha indignação não é a de me convocarem para ir lá prestar a um depoimento. É a condução coercitiva. E a notícia que é liberada para tentar me denegrir. Eu sei o que está por trás. Eu contrario muito interesse”, continua Malafaia, em sua defesa, no primeiro vídeo.

Depois, Malafaia regravou sua mensagem de indignação acrescentando: “se tivesse dois, três, quatro, cinco, 10 cheques na minha conta, dava para se desconfiar. Um cheque, que eu recebo de oferta, como recebo de inúmeras pessoas, deposito na minha conta, declaro imposto de renda e agora estou sendo achincalhado na mídia”.

Malafaia teria supostamente participado do crime de lavagem de dinheiro por ter recebido valores do escritório de advocacia responsável pelo esquema investigado pela Operação Timóteo da Polícia Federal, cujo nome faz referência a texto bíblico que diz que “os que querem ficar ricos caem em tentação”.

A Operação

A ação da Polícia Federal investiga esquema de corrupção de cobrança de judiciais de royalties da exploração mineral.

Foram expedidos 29 mandados de condução coercitiva, quatro de prisão preventiva e 12 de prisão temporária. Também foi determinado o bloqueio de valores depositados, que podem chegar a R$ 70 milhões.

O diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Marco Antonio Valadares Moreira, e a mulher dele foram presos pela PF.

A Justiça determinou que os municípios suspendessem os repasses e o pagamento para empresas de advocacia e consultoria envolvidas na investigação.

A investigação busca ainda descobrir sobre o esquema em que, supostamente, um diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral oferecia informações privilegiadas sobre as dívidas de royalties. Dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria seriam os beneficiários das informações.

As ações ocorreram em Goiás, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e DF.

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