Embaixador em Cuba confirma que Brasil quer mais médicos da ilha em 2015
Havana, 6 nov (EFE).- O embaixador brasileiro em Cuba, Cesario Melantonio Neto, afirmou nesta quinta-feira que o governo, que já conta com mais de 11.800 médicos cubanos generalistas, deseja receber mais profissionais da ilha para o próximo ano, principalmente especialistas.
“Temos que discutir com as autoridades cubanas, mas nos interessa receber médicos especialistas se houver disponibilidade”, declarou hoje o embaixador em entrevista coletiva na Feira Internacional de Havana (Fihav 2014).
O diplomata destacou a “alta satisfação” das 48 milhões de pessoas que no Brasil recebem atendimento primário dos médicos cubanos como parte do programa Mais Médicos, criado em 2013.
Segundo uma pesquisa recente, 88% destas pessoas qualificou o atendimento recebido como ótimo ou muito bom, quando no começo do ano a porcentagem era de 63%.
O embaixador disse ser consciente da importância da exportação de serviços médicos para Cuba, já que é sua principal fonte de receita com US$ 8,5 bilhões anuais, motivo pelo qual reiterou a intenção do Brasil de aprofundar esta colaboração no longo prazo.
Além do setor médico, o embaixador ressaltou as boas relações comerciais entre Brasil e Cuba, que movimentam a ainda modesta quantia de US$ 2 bilhões ao ano.
Como demonstração deste objetivo de estreitar relações comerciais, o Brasil conta neste ano com a presença de 45 empresas exportadoras de diversos setores na Feira Internacional de Havana, seu recorde até o momento.
Seu pavilhão de 1.400 metros quadrados abriga empresas dos setores de moda, construção, alimentos, bebidas, higiene, cosmética, maquinaria e indústria de equipamentos, transporte e tecnologias da informação.
Seu objetivo é superar os números conseguidos na edição anterior da feira, quando as 33 empresas participantes registraram exportações no valor de US$ 97 milhões como consequência dos contratos imediatos ou nos 12 meses posteriores à feira.
Sobre o projeto da Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel (ZEDM), a primeira de seu tipo em Cuba e situada cerca de 45 quilômetros de Havana, o embaixador expressou a intenção do Brasil de participar da segunda fase de desenvolvimento, embora esteja pendente de que as autoridades cubanas decidam como se pode concretizar essa parceria.
O Escritório Regulatório do ZEDM anunciou ontem que começará a receber os primeiros projetos de investimento no final deste ano ou no início de 2015 em setores como agroalimentação e energia renovável. EFE
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