Embraer participará da produção dos 36 caças comprados da sueca Saab

  • Por Agencia EFE
  • 11/07/2014 13h35

Rio de Janeiro, 11 jul (EFE).- A Embraer participará do desenvolvimento e produção dos 36 caças-bombardeiros supersônicos Gripen-NG que a Força Aérea Brasileira (FAB) comprou da companhia sueca Saab, informaram nesta sexta-feira as duas empresas em um comunicado.

A participação de Embraer no projeto está prevista em um memorando de entendimento assinado pelas duas companhias. O valor dos caças suecos encomendados pelo governo brasileiro é de US$ 4,5 bilhões, que serão pagos até 2023.

“Segundo o acordo, a Embraer terá um papel de liderança no desenvolvimento geral do projeto e terá grande parte do trabalho de produção e entrega das duas versões (um e dois lugares) do caça Gripen NG para a Força Aérea Brasileira”, afirmou a nota.

Uma das razões que permitiram à empresa sueca vencer a licitação foi seu compromisso de transferir tecnologia e de produzir parte dos aviões no Brasil.

O governo anunciou em dezembro passado que escolheu os caças da Saab na licitação aberta para adquirir 36 aviões de combate de última geração e substituir a frota composta pelo modelo Mirage 2000, de fabricação francesa, cuja vida útil já terminou.

Os aviões suecos competiam com os Rafale da empresa francesa Dassault e com os FA-118 Super Hornet da americana Boeing, em uma licitação lançada em 2001 e suspensa por várias vezes.

Brasil pagará pelos 36 aviões um preço muito inferior aos US$ 8 bilhões exigidos pela Dassault e os US$ 7,5 bilhões pedidos pela Boeing e, além disso, se beneficiará com a transferência de tecnologia e com a decisão da Saab de incluir a empresas brasileiras no projeto.

Segundo o acordo anunciado hoje, a Embraer, terceiro maior fabricante de aviões do mundo, coordenará todas as atividades de desenvolvimento e produção dos caças-bombardeiros no Brasil e participará do desenvolvimento dos sistemas, em sua montagem, nos testes de voo, na montagem final e nas entregas.

“As duas companhias serão responsáveis conjuntamente pelo desenvolvimento completo da versão de dois lugares do Gripen NG”, afirmou o comunicado.

A Embraer e a Saab também discutem uma associação estratégica para promover e comercializar as duas versões do avião em outros países.

As duas companhias têm uma “longa tradição no mercado de defesa e agora vão trabalhar em conjunto para oferecer soluções de alta qualidade e preços acessíveis à Força Aérea Brasileira e a outros clientes do Gripen NG”, afirmou o presidente de Embraer Defesa e Segurança, Jackson Schneider, citado na nota.

O presidente da Saab, Hakan Buskhe, disse que as duas empresas poderão “compartilhar a experiência” que têm “no mercado de defesa e aeronáutica”, além de “estabelecer uma base sólida para o sucesso em oportunidades futuras de negócios e clientes”.

Para o comandante da Força Aérea Brasileira, general Juniti Saito, o acordo incentivará a base industrial de defesa no Brasil e permitirá que o país não só participe do desenvolvimento do avião mas conte com autonomia para manter sua frota.

De acordo com previsões do governo, a construção de parte dos aviões no Brasil gerará entre dois mil e três mil empregos diretos e cerca de 22 mil indiretos, principalmente na fábrica que a Saab montará na cidade de São Bernardo do Campo. EFE

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