Emigração dos jovens ameaça tradição milenar da medicina indiana
Nova Délhi, 23 mai (EFE).- Cientistas de Bengala e Chhattisgarh, em um estudo publicado nesta sexta-feira no “American Journal of Plant Science”, alertam sobre a fragilidade da milenar medicina indiana relacionada à emigração dos jovens das zonas tribais.
“O conhecimento das plantas medicinais está limitado aos curandeiros tradicionais, herboristas e idosos de tribos de zonas rurais, que ainda continuam dependendo delas”, concluem os autores do estudo.
De acordo com os pesquisadores, o conhecimento dessas espécies, utilizadas para tratar “resfriados, tosse, febre, dor de cabeça, picadas venenosas, doenças de pele ou infecções bucais, pode perder sua riqueza em um futuro próximo”.
O perigo de perda desta medicina tradicional se relacional em espacial à “falta de interesse das gerações mais jovens e de sua tendência a emigrar para as grandes cidades na busca de trabalho”, asseguraram os cientistas.
Desta forma, os pesquisadores indicam a documentação e a identificação destas espécies, das quais pelo menos 104 foram encontradas somente em uma zona tribal do estado de Chhattisgarh.
A pesquisa inclui diversas aldeias de várias tribos que utilizam folhas, raízes, sementes, frutos e cascas para elaborar xaropes, pós e pomadas que se aplicam por via oral, por inalação ou mediante massagens.
Mais de 70% da população rural depende da medicina tradicional para tratamentos de saúde básicos na Índia, o segundo país mais povoado do mundo após China, com mais de 1,2 bilhão de habitantes. EFE
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