Emprego na indústria cai pelo terceiro mês consecutivo

  • Por Agencia EFE
  • 19/05/2015 12h43

Rio de Janeiro, 19 mai (EFE).- A indústria, afetada pela desaceleração da economia e a diminuição do consumo, reduziu em março, pelo terceiro mês consecutivo, a quantidade de funcionários, informou nesta terça-feira o governo.

O nível de emprego da indústria em março foi 0,6% inferior ao de fevereiro e em 5,1% menor do que o do mesmo mês do ano passado, segundo um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

O número de empregados da indústria acumulou no primeiro trimestre deste ano uma redução de 4,6% na comparação com os três primeiros meses de 2014, a maior queda para o período desde que o indicador começou a ser medido em 2000.

O quadro de funcionários da indústria em março reduziu em comparação com o do mesmo mês de 2014 nos 18 ramos analisados, principalmente nos de meios de transporte (-10%), aparelhos eletrônicos e de comunicações (-12,1%), produtos de metal (-10,2%), máquinas e equipamentos (-6,1%) e alimentos (-2,0%).

A queda do nível de emprego na indústria, segundo os técnicos do IBGE, reflete os esforços realizados pelos industriais para reduzir sua produção e adequá-la à atual queda da demanda e das vendas no Brasil.

O consumo vem caindo no país como consequência da alta da inflação e do encarecimento do crédito, o que reforçou a tendência de desaceleração da economia brasileira.

O PIB apenas cresceu 0,1% em 2014, após ter se expandido 2,7% em 2013, e os economistas preveem que pode ter uma contração de 1,2% neste ano.

A deterioração econômica já começou a se refletir no nível de emprego.

O setor industrial mais afetado é o de fabricantes de veículos, que despediu 4,6 mil empregados apenas em 2015 para reduzir sua produção e adequá-la à queda da demanda.

O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, admitiu na semana passada que os produtores reduziram o quadro de funcionários em 9,5% em 2015, desde os cerca de 144.200 trabalhadores que tinham em dezembro até os 139.600 contabilizados em abril.

Além das demissões e dos que fazem de forma voluntária, as fábricas de automóveis fazem esforços para reduzir a produção mediante a concessão de férias coletivas e licenças remuneradas. EFE

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