Empresa do presidente do Paraguai recebeu 6 contratos do Estado

  • Por Agencia EFE
  • 03/07/2014 18h16
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Assunção, 3 jul (EFE).- Uma empresa do presidente do Paraguai, Horacio Cartes, recebeu neste ano seis contratos do Estado apesar da lei restringir a participação de funcionários em licitações públicas, enquanto membros do governo afirmaram que não existem irregularidades.

Os contratos, cujos detalhes e adjudicação estão disponíveis na página de internet da Direção Nacional de Contratações Públicas (DNCP), somam 1,794 bilhão de guaranis (cerca de R$ 930 mil) desde janeiro deste ano, de acordo com os jornais “ABC Color” e “La Semana”.

A empresa ganhadora é a Aero Centro, que representa a Companhia Aeronáutica Cessna no Paraguai desde 1958.

A companhia faz parte do conglomerado empresarial de Cartes, segundo informa o grupo em sua página de internet, que inclui 20 empresas envolvidas com tabaco, bebidas, esportes, bancos, publicidade e pecuária, entre outros.

A lei de contratações proíbe a participação em licitações públicas dos funcionários “que intervenham em qualquer etapa do procedimento de contratação e que tenham interesse pessoal, familiar ou de negócios com o fornecedor ou contratista”.

O titular da DNCP, Santiago Jure, declarou hoje à rádio “Cardeal” que “não há nenhuma irregularidade” nos contratos, cinco dos quais foram com o Ministério da Defesa e um com o Instituto Nacional de Desenvolvimento Rural e da Terra (Indert), segundo detalhou.

Do mesmo modo, o titular desse Instituto, Justo Cárdenas, defendeu hoje o contrato dessa entidade com a Aero Centro em declarações na saída de uma reunião com Cartes.

“O Indert tem uma aeronave marca Cessna, que necessita serviço técnico de manutenções normais a cada 50 horas de voo, e isso somente pode ser feito pela oficina autorizada pela fábrica central”, disse.

Cárdenas garantiu que o contrato “cumpre todas as exigências” e que não buscará outra oficina mecânica porque, segundo sua opinião, isso poria em perigo quem viajasse na aeronave.

O Indert também pagou a Aero Centro pelo estacionamento da aeronave, informou.

Segundo a página da DNCP, o contrato do Indert com essa empresa foi adjudicado no último dia 23 de junho, por um valor de 300 milhões de guaranis (cerca de R$ 155 mil), após uma licitação na qual foi a única participante. EFE

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