Empresária chinesa pede ambiente favorável para investimentos no Brasil
A presidente da empresa chinesa de ar-condicionado Gree, Dong Mingzhu, que participa da Cúpula Empresarial Brasil-China, no Itamaraty, disse hoje (19) desejar que o governo do Brasil ofereça um ambiente mais favorável para investimentos do país asiático. “Como todos os empresários presentes com desejo de desenvolver-se no mercado brasileiro, esperamos que o governo possa nos apoiar cada vez mais, oferecer melhor ambiente, nos ajudar com informações locais, política, benefícios e assim passar para novo nível de desenvolvimento”, afirmou.
A Gree, que é uma marca global, existe há 25 anos e está no Brasil há 15 anos. Dong Mingzhu expôs a experiência local da empresa durante painel para tratar de cooperação produtiva sino-brasileira. Segundo ela, a eficiência energética é uma preocupação da marca. “Já temos produto de alta tecnologia e é com isso que queremos entrar no mercado brasileiro, trazer reforma [com relação à economia de energia]. É um país extenso, com grande população, o mercado é muito próspero”.
O empresário brasileiro Luciano Siani, diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, disse que há desejo da China e do Brasil de ampliarem as ações conjuntas. “A questão é: como fazer mais, como explorar o potencial dessas relações? Temos um mercado interno grande e a gente pensa em exportações quando as coisas não vão bem no Brasil. Talvez, pela primeira vez na história, a China esteja se lançando ao mundo de maneira compatível com seu poder econômico. Há muito interesse, muita vontade. Vamos identificar oportunidades específicas e levá-las adiante”, defendeu.
Siani informou que ontem (18), durante jantar que reuniu empresários brasileiros e chineses, a Vale assinou contrato com o grupo chinês Cosco envolvendo a venda de quatro navios. Ele destacou que, nesse momento específico, a Vale terá de aumentar sua capilaridade na China. “A Vale está aumentando muito sua produção de minério de ferro em um momento em que a China está comprando menos. Vamos precisar atingir todos os clientes, clientes de médio porte, do interior da China e não sabemos como fazer isso”, disse, ressaltando que terá de ser feito um esforço.
Além de Dong Mingzhu e de Luciano Siani, participaram do painel Wang Weidon, vice-presidente da empresa chinesa Nuctech, desenvolvedora de sistemas de inspeção de segurança que também tem atuação no Brasil, e o diretor vice-presidente da Brasil Foods, José Roberto Rodrigues.
A Cúpula Empresarial Brasil-China reúne cerca de 300 empresários chineses e brasileiros. O encontro do setor privado aconteceu enquanto a presidente Dilma Rousseff recebia o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, no Palácio do Planalto. É esperado que os dois países assinem pelo menos 30 atos, entre eles a oficialização da liberação das exportações de carne bovina brasileira para o país asiático. A estimativa é que sejam fechados acordos no valor de US$ 53 bilhões.
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