Empresários estão descontentes com fim de indenizações devido à Fukushima
Tóquio, 9 jun (EFE).- Os empresários que tiveram que abandonar seus negócios nas proximidades da usina nuclear de Fukushima mostraram seu descontentamento com a decisão tomada pela operadora da unidade e o governo japonês de deixar de pagar-lhes indenizações em 2017.
Empresários e autoridades locais expuseram nesta terça-feira seu descontentamento ao jornal “Asahi” depois que a Tokyo Electric Power (Tepco) e o Executivo detalharam para eles no fim de semana o novo regime de compensação, pelo qual deixarão de realizar estes pagamentos em março de tal ano.
“É prematuro demais para deixar de pagar as indenizações”, falou ao jornal Ikuo Yamamoto, um distribuidor local de arroz de 56 anos que residia e trabalhava em Tomioka, cidade que mais de quatro anos depois do acidente permanece completamente evacuada.
Por essa razão, desde o acidente de 2011 Yamamoto mantém totalmente abandonados todos seus ativos em Tomioka.
Kumiko Hayakawa, de 48 anos, diz estar em uma encruzilhada já que está previsto que a ordem de evacuação seja revogada no final do ano em sua cidade, Naraha, onde tinha um salão de beleza com sua mãe.
Hayakawa reconhece seu desejo de reabri-lo e de deixar de depender das ajudas, mas suspeita que as pessoas não vão voltar a viver na cidade e não sabe que decisão tomar.
Por sua vez, Toshitsuba Watanabe, prefeito de Okuma, cidade na qual também está proibido residir, defende que o governo e a Tepco considerem esta medida caso por caso, argumentando que aqueles que decidirem reabrir negócios em outras localidades precisam de tempo para voltar a atrair clientes.
No total cerca de 8.000 empresários estão recebendo compensações mensais.
Vários deles se reuniram no sábado passado com o ministro de Estado de Economia, Yosuke Takagi, e com o presidente da Tepco Naoki Hirose, que lhes explicaram os detalhes da nova política de indenizações.
No final do abril as compensações a particulares e empresários pelo acidente de 2011 somavam praticamente 5 trilhões de ienes (US$ 40,173 bilhões).
A ideia é que com o novo plano o número não chegue a superar os 6 trilhões (US$ 48,204 bilhões). EFE
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