Empresas e pessoas são acusadas nos EUA de ajudar Irã a construir mísseis

  • Por Agencia EFE
  • 17/04/2015 18h53
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Washington, 17 abr (EFE).- Quatro empresas e cinco de seus diretores foram acusados nesta sexta-feira pelos Estados Unidos de exportarem ilegalmente ao Irã diferentes objetos de microeletrônica, que seriam utilizados para construir uma ampla gama de sistemas militares, incluindo mísseis terra-ar e mísseis cruzeiro.

Na acusação, o Departamento de Justiça alegou que, entre julho de 2010 e agora, os acusados teceram uma “rede” ilegal para exportar ao Irã microtecnologia de origem americana, violando o embargo comercial que os EUA mantém ao país asiático.

Durante quase cinco anos, uma rede criminal liderada por Bahram Mechanic, americano de 69 anos, enviou produtos avaliados em pelo menos US$ 24 milhões ao Irã, segundo o documentado apresentado à Corte Sul do Distrito do Texas, no sul dos Estados Unidos.

Os acusados, que poderiam ser condenados a 20 anos de prisão, teriam fraudado as licenças que os Estados Unidos solicitam para exportar ao Irã e comercializaram microcontroladores e processadores de sinais, elaborados com tecnologia americana.

O documento destacou que Mechanic e Khosro Afghahi, americano de 71 anos, se encarregavam de receber as listas dos produtos microtecnológicos, elaborados pela empresa Faratel, com sede no Irã.

A Mechanic aprovava as listas e as enviava a Taiwan para Arthur Shyu, comprava os bens elaborados com tecnologia americana utilizando como fachada a sociedade mercantil Hosoda, que transportava os produtos por navio até a Turquia.

Ali, Matin Sadeghi, de 54 anos e funcionário da companhia turca de embarcações Golsad Trading, de Istambul, atuava como um comprador falso e fazia os produtos chegarem via marítima a Faratel, no Irã.

A empresa Faratel desenha sistemas de abastecimento de eletricidade de serviço ininterrupto para diferentes entidades iranianas, incluindo o Ministério da Defesa, a Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI) e a Companhia de Tecnologia Centrífuga (NESA).

A Faratel seria, de acordo com a acusação, uma companhia “irmã” da empresa com Smart Power Systems, com sede em Houston, também implicada na trama e que, como as outras entidades, pode enfrentar a uma multa de US$ 1 milhão para cada vez que violou a Lei Internacional de Poderes de Emergência (IEEPA), como é chamada a legislação que rege o embargo de armas ao Irã.

Paralelamente ao processo judicial, o Departamento de Comércio incluiu outros sete cidadãos e empresas estrangeiras em sua lista de entidades, de modo que, a partir de agora, o Escritório de Indústria e Segurança pedirá a estas companhias licenças para permitir que exportem seus produtos desde os Estados Unidos.

A inclusão nesta lista estabelece a presunção de que a licença não será concedida, especificou o Departamento de Justiça.

A sanção dos EUA ao Irã pode acabar este ano, caso o acordo entre o G5+1 e o Irã assinado em 30 de março seja efetivamente bem sucedido, já que uma das principais reivindicações do lado iraniano é o fim do embargo ao país. EFE

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