Enfermeira que desafiou quarentena por ebola consegue vitória na Justiça

  • Por Agencia EFE
  • 01/11/2014 07h41
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Washington, 1 nov (EFE).- Um juiz rejeitou o pedido do estado do Maine e a enfermeira Kaci Hickox, que desafiou a quarentena imposta para pessoas que retornaram do leste da África, está livre de cumprir a medida preventiva de controle do ebola.

Segundo informou a imprensa local neste sábado, o juiz Charles LaVerdiere liberou Hickox, que esteve em Serra Leoa, de ficar em isolamento até o próximo dia 10 de novembro, data que marcaria o fim do período de incubação do vírus.

O estado do Maine pedia que ela permanecesse na cidade de Fort Kent, evitasse lugares públicos e mantivesse uma distância de quase um metro das demais pessoas.

Por outro lado, LaVerdiere decidiu que a enfermeira deve continuar tendo seu estado de saúde monitorado diariamente e coordene qualquer plano de viagem com profissionais de saúde pública. Ela também deve alertar caso desenvolva qualquer sintoma de ebola.

“Estou muito satisfeita com a decisão. Esse é um bom dia”, disse Hickox aos jornalistas na frente da casa da família de seu namorado em Fort Kent.

A enfermeira, de 33 anos, foi a primeira afetada pelos controles especiais adotados por Nova York e Nova Jersey para evitar a propagação do ebola. As medidas foram criticadas por médicos e servidores federais, que sustentam que elas não têm embasamento científico.

Ao aterrissar na semana passada no aeroporto de Newark (Nova Jersey), vinda de Serra Leoa, onde atendeu doentes contaminados com ebola, Hickox foi isolada em uma tenda com equipamentos médicos instalada em um hospital e forçada a começar uma quarentena, apesar de ter testado negativo para o vírus.

Depois de a enfermeira condenar a quarentena, chamando-a de “tratamento desumano” na imprensa, as autoridades de Nova Jersey permitiram que ela viajasse ao Maine.

O estado do Maine não demorou e ordenou outra quarentena. Hickox a desafiou, fazendo um longo passeio de bicicleta junto a seu namorado frente às câmeras.

“Não vou me deixar intimidar pelos políticos e ser obrigada a ficar em minha casa se não sou um risco para os cidadãos americanos”, disse Hickox nesta semana à emissora “NBC”.

O governador do Maine, o republicano Paul LePage, considerou a decisão do juiz como infeliz, mas garantiu que o estado cumprirá o veredito.

As quarentenas obrigatórios para profissionais de saúde que retornem aos EUA vindo de países afetados no leste da África ocorreram após o caso do médico Craig Spencer, que trabalhou na Guiné com os Médicos Sem Fronteiras (MSF) e testou positivo para doença dias de voltar a Nova York. EFE

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