Entusiasmados, cubanos estreiam pontos de internet gratuita em áreas públicas

  • Por Agencia EFE
  • 11/07/2015 10h45

Soledad Álvarez.

Havana, 11 jul (EFE).- Jovens e não tão jovens assim navegam pela internet em smartphones e tablets ao longo de La Rampa, uma das principais avenidas de Havana: imagem rara em Cuba até agora, que se tornou possível depois da abertura de espaços WiFi habilitados na semana passada em 35 áreas públicas de todo o país.

“Eu trouxe meu neto para que estreasse na internet. Imediatamente me disse que queria ver os mapas do Google. E agora estamos olhando o lugar onde estamos, os diferentes lugares da cidade. Está muito entusiasmado”, contou Sergio à Agência Efe, um aposentado de 63 anos não menos entusiasmado diante da avidez com que Diego, de 12 anos, se iniciava na navegação na rede.

Sentado com seu avô no meio-fio em plena rua, Diego não tirou o olho do tablet enquanto respondia as perguntas da Efe. “Estou estreando. Isto é algo novo. Nós não tínhamos e agora estou navegando aqui pela internet, vendo o que descubro”.

Diante deles, um grupo de trabalhadoras da empresa estatal Etecsa, que tem o monopólio das telecomunicações em Cuba, verificava com computadores portáteis e celulares a conexão deste serviço de internet sem fio inédito na ilha e que entrou em funcionamento em 1º de julho.

No caso de Havana, além de La Rampa, que abrange uma ampla área da cidade, desde o Malecón até o cinema Yara, os pontos de WiFi ficam em dois parques nos distritos de Lisa e Centro Habana, no anfiteatro do bairro Mariano e no Passeio da Vila Pan-Americana, em Cojímar.

Podem utilizar o serviço os usuários das contas do servidor local Nauta, que oferece uma velocidade de conexão de 1 MB por usuário.

“Ótimo, maravilhoso. Tomara que continue melhorando o serviço e a conexão fique mais rápida”, comentou Jessica, uma jovem música, para quem a internet é a melhor via para se comunicar com os parentes e amigos que vivem fora do país.

Ao seu lado, Daniel, um estudante de Telecomunicações, mostrou à Efe seu celular conectado ao Facebook, enquanto dizia que este serviço “é um grande avanço, embora possa continuar melhorando”.

“Deveriam nos deixar livres porque a internet é muito importante. A comunicação é uma das coisas mais importantes do mundo e todo mundo tem o direito de ter acesso”, disse Tom, músico em uma banda de reggaeton.

Ele aproveitou esta semana o WiFi de La Rampa para publicar a agenda de shows dos próximos dias. Ao mesmo tempo ajudava uma amiga a se conectar através do Nauta: “Para mim é complicado, não entendo muito”, lamentava a jovem.

Com a estreia destes pontos de WiFi público, a Etecsa reduziu a tarifa de conexão à internet em 50%, e agora uma hora de navegação custa 2 CUC (peso conversível, equivalente ao dólar).

Preços mais baixos, mas que “continuam sendo altos para nós, cubanos. Os salários são baixos. Mas já é alguma coisa”, disse à Efe Miguel, um trabalhador do setor comercial que estava sentado em uma calçada em frente a uma das antenas da nova internet sem fio.

A ilha caribenha é um dos países com menor índice de conectividade à internet do mundo e os cubanos só podem usar a rede em salas de navegação da empresa Etecsa ou em alguns hotéis, onde as tarifas são muito caras para um país em que o salário médio não chega a US$ 30.

Ainda não é permitida na ilha a conexão a partir de domicílios particulares, exceto para alguns tipos de profissionais.

Nos últimos anos o governo deu alguns passos para ampliar o acesso à rede como o aumento das salas de navegação em todo o país e agora com este novo serviço de WiFi em áreas públicas. EFE

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