“Entusiasmo” de cubanos “mostra que estamos em um bom caminho”, diz Obama

  • Por Agencia EFE
  • 09/04/2015 18h34
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Washington, 9 abr (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, considera que a aproximação do governo a Cuba já está dando “resultados”, com “progressos significativos” para se conseguir a reabertura das embaixadas, e que o “entusiasmo do povo” da ilha diante da mudança demonstra que os dois países estão no “caminho correto”.

“Vemos um aumento no contato entre o povo de Cuba e os Estados Unidos, e o entusiasmo do povo cubano com estas mudanças demonstra que estamos no caminho correto”, disse Obama em entrevista exclusiva para a Efe, realizada antes de ele viajar para o Panamá para participar da Cúpula das Américas.

Segundo Obama, após o histórico anúncio da normalização das relações feito em dezembro, os diálogos bilaterais realizados com Cuba constituem “as negociações mais intensas e de mais alto nível das últimas décadas” entre os dois países.

“Nossos diplomatas estão realizando progressos significativos, e estou convencido de que poderemos levar adiante a reabertura de nossas respectivas embaixadas”, opinou.

No entanto, o presidente ressaltou que a reabertura é “somente uma parte” do processo de normalização das relações diplomáticas, rompidas em 1961, e que os governos de Washington e Havana já iniciaram conversas sobre outros temas como aviação civil, direitos humanos e telecomunicações.

Apesar das conversas, não se prevê um anúncio da reabertura das respectivas embaixadas durante a cúpula, que será realizada de amanhã até sábado, e durante a qual se espera o primeiro encontro frente a frente entre Obama e o presidente cubano, Raúl Castro.

A Casa Branca deixou entrever que é iminente a decisão sobre se Cuba continua ou não entre os países aos quais os EUA consideram patrocinadores do terrorismo, e tudo indica que o Departamento de Estado recomendará a Obama tirar a ilha dessa lista.

Cuba reivindica sua saída da lista, na qual aparece a cada ano desde 1982, mas não considera isso uma “pré-condição” para retomar as relações bilaterais com os EUA e reabrir as embaixadas.

Os analistas internacionais, no entanto, concordam que a retirada da lista seria um passo muito importante para a normalização diplomática.

A nova política dos EUA em relação a Cuba “melhorará as vidas dos cubanos e impulsionará uma cooperação mais efetiva no hemisfério”, defendeu Obama na entrevista.

O presidente americano ressaltou que o “novo capítulo” iniciado com Cuba “foi apoiado em toda a região”.

O presidente ponderou, por outro lado, que seu governo e o da ilha seguem com “diferenças significativas” sobre temas relacionados aos direitos humanos, e acrescentou que os EUA “sempre apoiarão os valores universais como liberdade de expressão e liberdade de reunião”.

“Durante a Cúpula das Américas, me reunirei com líderes da sociedade civil de toda a região, incluindo Cuba”, disse Obama.

O líder deve discursar na sexta-feira no Panamá, antes da inauguração da cúpula, no fórum de sociedade civil, que reunirá dissidentes cubanos e opositores venezuelanos, entre outros participantes. EFE

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