Envelhecimento da população marcará século XXI na América Latina

Santiago do Chile, 12 nov (EFE).- O século XX na América Latina e no Caribe esteve determinado pelo crescimento da população e o atual será marcado pelo envelhecimento, devido à redução da fecundidade e o aumento da expectativa de vida, mostrou a Comissão Econômica Para a América Latina e Caribe (Cepal) em um estudo divulgado nesta quarta-feira em Santiago.

Segundo o documento, a expectativa de vida na região aumentou de 55,7 anos no quinquênio 1950-1955 para 74,7 anos no período 2010-2015, quase cinco anos a menos do que nas regiões desenvolvidas.

O aumento deste indicador corresponde em boa medida à redução da mortalidade infantil, precisou a Cepal.

O estudo leva o título de “A nova era demográfica na América Latina e no Caribe: a hora da igualdade segundo o relógio populacional” e foi apresentado no marco da primeira reunião da mesa direção da Conferência Regional sobre População e Desenvolvimento da América Latina e o Caribe, que começou hoje.

Segundo o relatório, a população da América Latina e do Caribe aumentou de 161 milhões de habitantes em 1950 a 512 milhões em 2000.

As previsões contemplam um aumento até 734 milhões em 2050, embora depois cairia para 687 milhões de habitantes no ano 2100.

Quanto aos nascimentos, a América Latina passou de índices reprodutivos que se situavam entre os primeiros do mundo, com uma taxa de fecundidade de quase seis filhos por mulher no quinquênio 1950-1955, a menos de 2,2 filhos por mulher no quinquênio atual, ligeiramente abaixo da média mundial (2,3).

Além disso, estima-se que em 2040 a esperança de vida superará os 70 anos e a taxa de fecundidade será inferior a três filhos por mulher em todos os países da região.

Isto, segundo a Cepal, representa novos desafios para que a região possa aproveitar estas condições demográficas para reduzir a desigualdade, embora dependerá das medidas econômicas, políticas e sociais que serão implementadas.

A mesa direção da Conferência Regional analisará em Santiago os avanços na implementação do Consenso de Montevidéu sobre População e Desenvolvimento, um acordo que foi adotado em agosto do ano passado pelos países-membros e associados da Cepal.

O Consenso de Montevidéu inclui cerca de cem medidas prioritárias em nove áreas demográficas, como o envelhecimento, igualdade de gênero, povos indígenas e saúde sexual e reprodutiva. EFE