Enviado especial dos EUA para o fechamento de Guantánamo deixa seu cargo

  • Por Agencia EFE
  • 23/12/2014 22h10

Washington, 23 dez (EFE).- O Departamento de Estado confirmou nesta terça-feira a renúncia do enviado especial dos Estados Unidos para o fechamento do centro de detenções de Guantánamo, Cliff Sloan, e destacou seu trabalho na transferência de presos a terceiros países para conseguir este objetivo.

“Nos deixa muito bem encarrilhados e com um caminho claro rumo à redução da população de detidos de maneira responsável e para fechar, em última instância, o centro de detenção”, disse a porta-voz adjunta do Departamento de Estado, Marie Harf.

Sloan, que voltará ao setor privado, foi designado em junho de 2013 como encarregado de coordenar dentro do Departamento de Estado os esforços para fechar a prisão para suspeitos de terrorismo, uma promessa eleitoral do presidente americano, Barack Obama.

Seu objetivo era estar entre 12 e 18 meses no cargo, prazo que completou este mês, explicou Harf na entrevista coletiva diária do Departamento de Estado, na qual considerou “inexatas” as informações que tenha saído “frustrado” pela lentidão dos progressos para fechar Guantánamo.

“Acho que é todo o contrário. Em todo caso, vimos um impulso com algumas das recentes transferências de detidos e há mais a caminho”, afirmou a porta-voz adjunta.

O jornal “The New York Times”, que cita funcionários próximos a Sloan, garante que a renúncia se deve a sua frustração pela lentidão do Departamento de Defesa na transferência dos presos que contam com o sinal verde para sua saída.

Uma versão rejeitada pelo próprio Sloan em entrevista ao mesmo jornal, na qual afirma que sua intenção desde o início era estar 18 meses máximo no cargo e considera que, “neste momento, estamos em condições de ver um grande progresso”.

Na atualidade, restam 132 detidos no centro aberto pela Administração de George W. Bush após os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA para abrigar os detidos suspeitos de terrorismo.

Harf lembrou que, quando Sloan assumiu seu cargo, havia 166 reclusos no centro de detenções de Guantánamo e nos dois anos precedentes só se tinha aprovado a transferência de quatro detidos, enquanto, neste período, 34 foram transferidos.

Neste sentido, destacou sua “liderança” e sua “habilidade para liderar negociações diplomáticas”, que fizeram com que terceiros países recebessem os presos.

Além disso, ressaltou que seu trabalho foi “central nos esforços bem-sucedidos da Administração para trabalhar com o Congresso, a fim de mudar a lei que devolveu ao Poder Executivo certa flexibilidade para transferir os detidos ao exterior”.

Por enquanto não há um substituto, mas, segundo Harf, o nome será anunciado “em breve”.

Em comunicado, o secretário de Estado, John Kerry, louvou o trabalho e a eficiência do diplomata, e assegurou que “gostaria de contar com 100 Cliff Sloan”. EFE

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