Equador tacha de contrassenso afirmação de governo britânico em caso Assange

  • Por Agencia EFE
  • 14/08/2015 13h39

Quito, 14 ago (EFE).- O Equador afirmou nesta sexta-feira considerar um “contrassenso” as declarações do ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Hugo Swire, que disse que o governo equatoriano deve reconhecer que sua decisão de dar asilo ao fundador do Wikileaks, Julian Assange, na embaixada em Londres, impediu “que a Justiça seguisse seu curso”.

“É realmente um contrassenso o que eles dizem”, disse hoje o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño.

As declarações do governo britânico, que também anunciou que enviará um protesto formal ao Equador por dar asilo, foram feitas ontem depois de a promotoria da Suécia afirmar que prescreveu uma parte das acusações contra Assange, refugiado na embaixada do Equador desde junho de 2012, as de delitos de assédio sexual que ele teria cometido em 2010.

Nesse sentido, Patiño disse hoje que não viu “a queixa, ainda”, mas comentou que escutou “o discurso do segundo da Chancelaria britânica”.

O ministro afirmou que desde o primeiro dia em que deram o asilo a Assange, em junho de 2012, disseram ao governo da Suécia que o Equador estava “pronto e disposto a facilitar as condições” para que o fundador do Wikileaks desse depoimentos em relação a estas acusações.

“A Suécia nunca o fez”, apontou o chanceler em entrevista na rádio “Sonorama”, e acrescentou: “agora, correndo, nos últimos minutos e apressadamente, nos disseram: queremos entrar e tomar as declarações”.

O chanceler disse que isto se demonstra “o tratamento discriminatório contra um cidadão, como Julian Assange, de quem nunca quiseram ouvir o depoimento”, mas depois quiseram “em uma atitude (jurídica) embusteira” para que o caso não prescrevesse.

“Essa é a atitude que é preciso rejeitar”, disse, ao apontar que ainda não quer se referir “ao que fez o governo britânico”.

“Não entendemos por que o assédio a nossa embaixada, como se nós fôssemos tomar alguma atitude ilegal com o caso de Julián Assange”, acrescentou Patiño.

A Suécia não apresentou acusações formais contra Assange porque a lei sueca obriga que o suspeito seja interrogado antes do início de um inquérito.

O fundador do Wikileaks se negou reiteradamente a comparecer a Suécia para responder nesses casos por considerar que existia o risco de ser extraditado aos Estados Unidos, onde acredita que pode ser condenado até a pena de morte por ter vazado informação confidencial americana. EFE

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