Equilíbrio de Dilma e Marina e ascensão de Aécio marcam final da campanha

  • Por Agencia EFE
  • 26/09/2014 19h58

Manuel Pérez Bella.

Rio de Janeiro, 26 set (EFE).- O Brasil vai às urnas no próximo dia 5 de outubro dividido entre dar um segundo mandato à presidente Dilma Rousseff ou apostar na proposta de “nova política” liderada pela ex-senadora Marina Silva, que mudou o panorama da campanha eleitoral ao entrar na disputa pela presidência após a morte de Eduardo Campos em um acidente aéreo.

Todas as pesquisas apontam que as eleições serão decididas entre Dilma e Marina no segundo turno, marcado para 26 de outubro. Aécio, embora tenha ganhado mais intenções de voto nas últimas enquetes, ainda corre por fora.

Antes da morte de Campos, a vitória de Dilma soava como incontestável, mas a entrada em cena de uma política carismática como Marina na disputa alterou todas as previsões. A ex-senadora já tinha sido candidata nas eleições presidenciais de 2010, nas quais recebeu cerca de 20% dos votos.

Apesar de ter maiores índices de popularidade do que o líder de chapa original do PSB, Eduardo Campos, antes do início da campanha, Marina aceitou ser sua candidata a vice, já que, por não ter conseguido regularizar seu partido (Rede Sustentabilidade) a tempo da disputa, filiou-se de última hora a essa legenda para participar das eleições.

Nas primeiras semanas posteriores à morte de Campos, Marina decolou nas pesquisas, mas nas últimas semanas perdeu terreno em um pleito cada vez mais incerto.

A candidata tentou atrair a classe média insatisfeita que apoiou as manifestações de junho de 2013 e que se afastaram do PT e do PSDB.

Para voltar a equilibrar a disputa, Dilma endureceu sua retórica. Sua campanha tachou a oponente de ter vocação messiânica – chegou a compará-la ao ex-presidente Fernando Collor – e previu problemas de governabilidade pela falta de apoio político.

A proposta de Marina se baseia precisamente em governar “sem partidos” e com as “melhores” cabeças de vários partidos, a fim de “renovar” a política do país.

A necessidade de promover uma reforma política é precisamente uma das principais reivindicações dos protestos do ano passado e é uma das promessas também da atual presidente.

Dilma também acusou Marina de pretender pôr fim aos programas sociais de seu governo, de atender aos interesses “dos banqueiros” e, com certo tom apocalíptico, previu desastres econômicos em caso da vitória eleitoral da ecologista.

Embora Marina, uma fervorosa evangélica, afirme que oferece “a outra face” diante do que classificou como “calúnias” de seus adversários, a candidata do PSB também aumentou suas críticas ao governo pelos recentes escândalos de corrupção na Petrobras.

Em relação a propostas, os brasileiros provavelmente terão que decidir entre dois modelos opostos para tirar o país da crise: ou manter o papel do Estado como tutor da economia, como defende Dilma, ou diminuir o tamanho e o papel da máquina pública, como propõe Marina.

Estão convocados a ir às urnas de forma obrigatória cerca de 141,2 milhões de brasileiros maiores de idade, além de 1,6 milhão de jovens de 16 a 17 anos que obtiveram título de eleitor. EFE

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