Erdogan convoca eleições antecipadas na Turquia para novembro

  • Por Agencia EFE
  • 24/08/2015 20h22
  • BlueSky

Ancara, 24 ago (EFE).- O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, convocou nesta segunda-feira eleições legislativas antecipadas, que devem ser realizadas no dia 1º de novembro, após expirar o prazo legal de 45 dias para formar o governo.

Após uma reunião de mais de quatro horas entre Erdogan e o presidente do parlamento, Ismet Yilmaz, um comunicado da presidência anunciou a convocação eleitoral com o argumento de que era “uma necessidade” devido à atual situação política.

O governamental partido islamita AKP, fundado por Erdogan, perdeu pela primeira vez desde 2002 a maioria parlamentar nas eleições de 7 de junho, e o primeiro-ministro interino, Ahmet Davutoglu, fracassou na meta de formar um Executivo de coalizão.

Embora o presidente conte com atribuições para convocar eleições antecipadas, esta é a primeira vez na história moderna da Turquia que o chefe de Estado, que tem um papel bem mais simbólico, força um comparecimento às urnas, o que sempre tinha ficado a cargo do parlamento.

O comunicado da presidência que informa sobre a convocação de eleições não especifica uma data, mas a Junta Eleitoral turca já propôs a semana anterior ao dia 1º de novembro, e Erdogan aprovou publicamente a ideia.

O presidente turco gerou polêmica ao deixar que expirasse na semana passada o prazo para formar o governo sem entregar o mandato ao social-democrata Partido Republicano do Povo (CHP), o segundo mais votado nas eleições de junho.

Com a convocação oficialmente publicada, o país tem cinco dias para formar um governo de transição, que muito provavelmente será comandado por Davutoglu.

Erdogan terá uma reunião com Davutoglu amanhã, na qual provavelmente o passará a incumbência de formar esse Executivo de transição.

Esse governo interino que levará ao país ao pleito deve conter representantes de todos os partidos do parlamento, embora duas formações, o CHP e os nacionalistas do MHP, já tenham declarado que não pretendem participar.

Desse modo, ficariam no governo interino o islamita AKP e o partido esquerdista pró-curdo HDP, na que seria sua primeira participação em um Executivo turco.

Davutoglu afirmou que vai esperar os nomes propostos pelos partidos para os cargos ministeriais, e caso não cheguem, nomeará pessoas com perfis técnicos. EFE

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.