Erdogan deixa entrever fracasso de coalizão e prováveis novas eleições

  • Por Agencia EFE
  • 12/08/2015 19h18
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Ancara, 12 ago (EFE).- O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, deixou entrever nesta quarta-feira que convocará novas eleições diante da probabilidade de um fracasso nas negociações para formar um novo governo após as eleições de 7 de junho.

Um dia antes de uma reunião chave do primeiro-ministro interino e líder do Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), Ahmet Davutoglu, com o presidente do maior partido opositor, o Republicano do Povo (CHP), Kemal Kiliçdaroglu, Erdogan estimou que um acordo poderia ser um suicídio para ambas as formações.

Os dois partidos só deveriam formar uma coalizão se suas ideias coincidireem, pois “se não, vão se suicidar”, disse.

O chefe do Estado fez essas declarações televisionadas no palácio presidencial para um grupo de prefeitos que, em resposta, começou a cantar que queriam eleições antecipadas em vez de uma coalizão com o CHP.

Erdogan lembrou que está em vigor o prazo máximo de 45 dias para formar o governo, que começou em 9 de junho, quando encarregou a formação do governo a Davutoglu.

“Se não se alcançarem um governo no final dos 45 dias, ou teremos eleições com o governo existente em minoria, ou outro governo será formado para levar o país a eleições”, assinalou o presidente.

Kiliçdaroglu se reuniu ontem com o presidente das câmaras de médicos e de engenheiros, e com a Confederação de Sindicatos de Trabalhadores Revolucionários (DISK) e a Confederação de Sindicatos de Funcionários Civis (KSK) para trocar pontos de vista sobre a possibilidade de uma coalizão.

Um dos participantes do encontro comentou à Agência Efe que o líder do CHP se mostrou pessimista sobre a reunião com Davutoglu, convocada para amanhã em busca de uma decisão definitiva.

“Ele nos disse que era improvável a formação da coalizão porque o controle não está nas mãos de Davutoglu, mas de Erdogan, que está a favor de eleições antecipadas”, disse a fonte.

Na eleição de junho, o AKP perdeu a maioria absoluta com que governava desde 2002 e que era necessária para passar no legislativo a lei objeto de desejo de Erdogan, que transformaria a Turquia em uma república presidencial, o que daria a ele poder para governar. EFE dt-wr/cd

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