Escândalo de prostituição derruba diretora da Agência Americana Antidrogas
Washington, 21 abr (EFE).- A diretora da Agência Americana Antidrogas (DEA), Michele Leonhart, apresentará sua renúncia por causa das revelações sobre as festas organizadas por alguns agentes que tinham a presença de prostitutas, antecipou nesta terça-feira a imprensa americana.
Algumas dessas prostitutas foram pagas por membros de cartéis colombianos, segundo um relatório do governo, o que levou Leonhart a ter de responder ao Congresso por esta falta de ética de seus agentes.
Em entrevista coletiva, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, não quis confirmar se Leonhart apresentará a renúncia e se limitou a expressar a “séria preocupação” do governo pela investigação sobre a má conduta de alguns dos agentes.
Um relatório do Departamento de Justiça publicado em 26 de março indicou que os agentes da DEA participaram durante vários anos de “festas sexuais” com prostitutas contratadas com o dinheiro de cartéis em edifícios governamentais.
O relatório, de 139 páginas e elaborado pelo órgão de controle do Departamento de Justiça, reuniu “múltiplas acusações” que envolvem vários agentes da DEA em “festas sexuais” com prostitutas enquanto trabalhavam em escritórios no exterior.
O Departamento de Justiça não especificou em qual país as festas eram realizadas, embora um alto funcionário do governo citado pela imprensa tenha afirmado se tratar da Colômbia.
Na semana passada, o Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes disse que tinha perdido a confiança em Leonhart para dirigir a agência.
O comitê afirmou que, após quase uma década como diretora (desde 2007), Leonhart não conseguiu mudar a cultura da agência antidrogas e que tinha consentido ou feito vista grossa para esses comportamentos.
De acordo com as investigações do Departamento de Justiça, nas festas pagas aos agentes da DEA a segurança das operações da agência foi colocada em risco, já que na “maioria” das vezes estes e as prostitutas se encontravam em locais onde os agentes tinham seus computadores portáteis, telefones celulares e outros equipamentos oficiais.
Além disso, os agentes se submetiam ao risco de “extorsão, chantagem e coação” ao realizar festas no local de trabalho, segundo o relatório.
Esta investigação aconteceu em resposta ao escândalo com prostitutas em Cartagena de Indias (Colômbia) protagonizado por agentes do serviço secreto pouco antes de o presidente, Barack Obama chegar à cidade colombiana para participar da Cúpula das Américas de 2012.
Depois deste escândalo, as autoridades começaram a investigar três funcionários da DEA que, ao contrário do serviço secreto, possuem agentes radicados de maneira estável na Colômbia. EFE
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