Escritório Mossack Fonseca desmente confissões de sua advogada no Brasil

  • Por Agencia EFE
  • 04/03/2017 10h45
Reprodução/Youtube/AFP Mossack Fonseca fachada - Rep

O escritório de advocacia Mossack Fonseca desmentiu na sexta-feira (4) as confissões feitas por sua advogada no Brasil, María Mercedes Riaño, a Promotoria do Panamá e onde ela assegurou que os sócios da empresa emprestavam serviços para facilitar a lavagem de dinheiro e a evasão fiscal.

O escritório, epicentro dos denominados Panama Papers e agora envolvido na “Lava Jato”, qualificou as alegações como “invenções e suposições” que não estão relacionadas com a denúncia feita pela Promotoria do Panamá.

O comunicado ainda reiterou que María Mercedes é a única proprietária da Mossack Fonseca do Brasil e que conseguiu seus próprios clientes, diferente do que ela disse na Justiça, segundo uma confissão que vazou para a mídia locais.

De acordo com María Mercedes Riaño, que está em presa preventivamente, acusada de lavagem de dinheiro, dois executivos da empresa panamenha viajavam pelo mundo oferecendo seus “serviços, que não eram legais, pois ajudavam o cliente a deixar seus lucros nos bancos panamenhos ou de outros países”, publicou o site o canal “TVN”.

Os advogados “brindavam o serviço de escrow account”, de uma conta “intermédia onde entrava e saía dinheiro de um banco para outro, facilitando a perda do rastro do dinheiro”, acrescentou, e esclareceu que desconhecia se a origem desses fundos era lícito.

Para oferecer este serviço, a Mossack Fonseca contava com 12 contas de diversos bancos ao redor do mundo para fazer a passagem do dinheiro, e entre estas as mais usadas eram algumas das Bahamas, no Banco Winter Butom, e outra em Santa Lúcia, no Banco Santa Lúcia, explicou, de acordo com a publicação de “TVN”.

Esses executivos, Amauri Batista e Edison Teano – também detido no Panamá -, “sabiam quem eram os beneficiados finais das contas de banco de onde provinha o dinheiro, assim como o verdadeiro destinatário do mesmo”.

Desde que explodiu o escândalo dos chamados Panama Papers, Ramón Fonseca Mora, membro principal da empresa ao lado de junto com Jurgen Mossack, negou que seu escritório conhecesse a utilização final das empresas e os serviços que prestam.

O escritório de advogados que defende a Fonseca Mora e Mossack, também detidos desde o dia 9 de novembro do ano passado, sustentou na sexta-feira que vai continuar esclarecer cada um dos pontos ditos por María Mercedes “por evidência física convincente e atraente que irá provar a falsidade de suas declarações”, embora tenha afetado o seu direito de defesa, já que lhe foi negado o acesso ao arquivo.

Além disso, a empresa alertou que o vazamento da confissão da advogada é ilegal, de acordo com a legislação vigente no Panamá.

“A intenção de tornar pública seletivamente uma declaração é uma mais uma amostra da fraqueza deste caso”, acrescentou

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