Esculturas gigantes que estiveram na Chancelaria de Hitler são encontradas
Berlim, 20 mai (EFE).- A polícia da Alemanha encontrou em um depósito no Estado da Renânia-Palatinado (sudoeste) duas esculturas gigantes que representam dois cavalos e que estiveram na frente da Chancelaria de onde Adolf Hitler regia os destinos do III Reich, disse nesta quarta-feira um porta-voz da corporação de Berlim, depois que o jornal “Bild” antecipou a descoberta.
Os dois cavalos, obras do escultor Josef Thorak (1889-1952), estavam desaparecidos desde 1989 e nos últimos anos tinham sido oferecidos no mercado negro por preços que variavam de US$ 1,6 milhão a US$ 4,4 milhões.
Em 1943, em plena guerra, Hitler ordenou a transferência das obras de Thorak, um de seus artistas favoritos, e outras esculturas a um escritório a 20 quilômetros de Berlim, onde as peças foram achadas depois pelo Exército Vermelho. Essas e outras peças nazistas passaram, a partir de 1950, a fazer parte da decorações de um campo de esportes do Exército soviético em Eberswalde, cidade próxima a Berlim.
Em janeiro de 1989, a historiadora da arte Magdalena Busshart publicou um artigo sobre as esculturas no jornal “Frankfurter Allgemeine” no qual, entre outros detalhes, falava de sua localização no campo esportivo. Semanas depois, uma leitora escreveu uma carta à publicação advertindo que as esculturas tinham sido retiradas do lugar indicado.
Segundo o “Bild” ainda não está clara a forma como elas desapareceram e através dos anos diversas hipóteses foram ventiladas, desde sua mudança a Moscou até a venda das esculturas por parte do regime da extinta RDA para obter divisas. Na última hipótese, desempenha um papel importante à figura de Alexander Schalck-Golodkowski, um curioso personagem do regime comunista cuja missão era conseguir divisas, para o qual costumava retirar obras dos museus do país e vendê-las nos mercados do Ocidente.
Há dois anos, segundo o popular jornal alemão, os cavalos tinham sido oferecidos à historiadora Magdalena Busshart por US$ 1,6 milhão, por um homem que afirmou ter trabalhado com Schalck-Golodkowski.
A maneira como as esculturas, junto com outras obras desaparecidas, chegaram ao depósito onde foram achadas ainda não foi esclarecida. A descoberta aconteceu no marco de uma investigação dirigida pela polícia de Berlim, na qual foram inspecionados edifícios em vários Estados federados na busca de arte roubada. Ao todo, oito suspeitos, com idades entre 64 e 79 anos são investigados. EFE
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