Eslovenos votaram por novo partido de centro

  • Por Agencia EFE
  • 13/07/2014 20h57
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Vesna Bernardic.

Zagreb, 13 jul (EFE).- Os eslovenos votaram neste domingo nas eleições gerais antecipadas por um novo partido de centro, cujo líder, Miro Cerar, nunca trabalhou na política, não faz parte do sistema político e ideológico do país, nem tem marcas de corrupção.

Segundo a apuração de 99,97% das cédulas, o novato “Partido de Miro Cerar” (SMC), leva 35% dos votos, na frente do até agora opositor conservador Partido Democrata Esloveno (SDS), com 21%. O partido Eslovênia Positiva (PS), que ganhou as eleições antecipadas de 2011, não conseguiu entrar no parlamento.

O analista de Justiça e professor de Direito da Universidade de Ljubljana formou o SMC há apenas seis semanas para ganhar uma popularidade decisiva em tempo recorde.

“O resultado é muito bom, o que significa que as pessoas optaram por uma cultura política diferente, que não seja de divisões e que leve à saída da crise”, assinalou Cerar à imprensa depois de saber as primeiras projeções após o fechamento das urnas.

“Precisamos de um governo estável”, acrescentou e anunciou negociações com todos os partidos parlamentares para conseguir assim uma “coalizão firme”, da qual deixará fora o SDS, por ter um líder, o ex-primeiro-ministro Janez Jansa, preso por corrupção.

O partido conservador, no entanto, denunciou hoje as eleições como ilegítimas e anunciou que não reconhecerá o novo governo.

“As eleições não foram honestas, por isso, seu resultado não é legítimo. Do mesmo modo, o governo que se forma não será legítimo”, declarou o vice-presidente do SDS, Zvonko Cernac.

Ele acrescentou que o líder do novo governo esloveno, ou seja, provavelmente Cerar, será o “Lukashenko esloveno”, em referência ao ditador bielorrusso Aleksandr Lukashenko. A participação eleitoral caiu de 65% nas últimas eleições do ano passado para 51% neste ano.

Cerar lançou seu projeto político em maio após a desintegração da coalizão de centro-esquerda da primeira-ministra, Alenka Bratusek. E enquanto Jansa fez a partir da prisão uma campanha “anticomunista”, Cerar se manteve ideologicamente neutro, se centrando na longa crise econômica, política e social.

Nesse sentido, ele prometeu reconciliar o país, promover a solidariedade social, a ética na política, o estado do direito, a luta contra a corrupção e a eficácia econômica.

As pesquisas dizem que a maioria daqueles que votaram por Cerar, são eleitores do centro-esquerda, decepcionados porque seus políticos se mostraram ineficazes, envolvidos em rivalidades mútuas, e em certos casos, em escândalos de corrupção.

O pequeno país conseguiu evitar no ano passado o resgate financeiro da euro-zona, e limpou grande do setor bancário público, cujos ativos tóxicos alcançavam 20% do PIB. No entanto, para este ano, é esperado um crescimento econômico de 0,8%. Em um relatório recente, a Comissão Europeia diz que a Eslovênia precisa seguir rapidamente com as reformas para manter essa tímida recuperação conjuntural.

A maior sombra que acompanha Cerar agora, além do boicote parlamentar dos conservadores, é o fato de que nem ele nem os futuros deputados do SMC têm experiência política alguma.

Além do SMC e do SDS, entrarão no novo parlamento, outros cinco partidos, desses quatro de centro-esquerda. Trata-se do Partido dos Aposentados DeSUS (10%), do social-democrata SD (6%), da Esquerda Unida ZL (6%), da conservadora Nova Eslovênia NSi (5%), da Aliança ZaAB fundada pela primeira-ministra, Alenka Bratusek (4%).

Os resultados oficiais definitivos destas eleições serão conhecidos até o dia 29 deste mês e o novo parlamento será constituído provavelmente em 1º de agosto. Com estes dados, o SMC será a força política dominante no parlamento, com 36 deputados, seguido do SDS, com 21 cadeiras, o DeSUS (10), SD (6), ZL (6), NSi (5), e o ZaAB (4) deputados. EFE

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