Espanha vive jornada de reflexão na véspera de cruciais eleições locais
Madri, 23 mai (EFE).- A Espanha vive neste sábado um dia de reflexão na véspera das eleições municipais e regionais, cujo resultado ainda é bastante incerto por causa do grande número de indecisos.
A expectativa é de que o resultado dessa eleição indique a tendência do eleitorado nas eleições gerais que acontecerão no fim do ano, diante do desgaste dos escândalos de corrupção que refletiram nas pesquisas dos maiores partidos tradicionais: Partido Popular – de centro-direita e à frente do atual governo – e Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).
A isto se une o surgimento de novas legendas, como o esquerdista Podemos, que ameaça tirar votos do PSOE, e do centrista Ciudadanos, que poderia causar perdas ao PP.
Estes dois partidos, com líderes muito jovens, estreiam nas urnas amanhã, e podem ser beneficiados pelo envelhecimento do censo eleitoral, que neste ano possui mais 1.559.448 eleitores que atingiram a maioridade desde as últimas eleições locais, há quatro anos.
Tanto o PP como o PSOE estão preocupados com o elevado número de indecisos, que algumas pesquisas situam em 30%.
O presidente do governo espanhol e líder do PP pediu na quinta-feira aos seus eleitores que peçam votos “até o último canto do país” para conseguir manter as amplas maiorias que seu partido tem atualmente.
Mariano Rajoy afirmou que “temos que ganhar com todos os votos, com toda a força que precisam para continuar avançando na recuperação econômica”.
O líder do PSOE, Pedro Sánchez, pediu aos indecisos que concentrem o voto em seu partido, assim como fez o dirigente do Ciudadanos.
Serão escolhidos neste domingo 8.122 prefeitos e 67.000 vereadores, 13 chefes de governos regionais. Estão aptas a votar pouco mais de 35 milhões de pessoas, 464 mil delas estrangeiros que vivem na Espanha.
Destes últimos, 441.051 são cidadãos de países da UE, e 22.714 são naturais de países com os quais a Espanha tem convênio de reciprocidade para poder votar nas eleições locais, como Equador, Colômbia, Bolívia, Peru, Paraguai, Chile, Noruega, Coreia do Sul, Cabo Verde, Islândia, Nova Zelândia e Trinidad e Tobago.
Entre as prefeituras que estão em jogo, destacam-se as das maiores cidades da Espanha, como Madri, Barcelona, Bilbao, Valência e Sevilha, assim como o governo de algumas das grandes regiões.
Das 13 regiões autônomas (de um total de 17) que elegerão o novo chefe de governo está a de Madri, que há muitos anos está nas mãos do Partido Popular (PP) e que corre o risco real de perdê-la nestas eleições.
Os colégios eleitorais abrirão às 9h (4h em Brasília) e fecharão às 20h. O governo estima que às 22h30 (20h30 em Brasília) já terão resultados significativos e estarão próximos da apuração final das eleições municipais. EFE
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