Especialista aponta falta de oxigênio como causa de desaparecimento de avião

  • Por Agencia EFE
  • 07/05/2014 13h33
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Madri, 7 mai (EFE).- A falta de oxigênio, causada por um possível incêndio ou despressurização, é a hipótese mais factível para o desaparecimento do avião da Malaysia Airlines, explicou nesta quarta-feira à Agência Efe o porta-voz técnico do Sindicato Espanhol de Pilotos Aéreos (SEPLA), Ariel Schocrón.

Dois meses depois do desaparecimento do avião MH370 e de serem oficialmente encerradas as missões aéreas de busca na área do oceano Índico pelos destroços do aparelho, Schocrón ressaltou que “todas as hipótese continuam sendo válidas, mas o mais provável é que ele tenha caído no mar”, após um acidente por hipoxia (falta de oxigênio).

Para este pesquisador de acidentes aéreos, passado todo este tempo “perdeu força a hipótese de que tenham aterrissado em alguma ilha remota, porque não teria muita lógica” e o mais provável é que tenha acontecido alguma falha na aeronave, como um incêndio ou a ruptura de uma janela, que tenha provocado uma falta de oxigênio e incapacitado a tripulação.

O Boeing 777, que partiu em 8 de março de Kuala Lumpur e deveria chegar em Pequim seis horas depois, desapareceu dos radares civis 40 minutos depois da decolagem, mas um radar militar das Forças Armadas da Malásia detectou um avião não identificado uma hora depois na rota para a península de Malaca.

A explicação para esta mudança de rumo, para Schocrón, é que “quando acontece uma falha no avião, o normal é que a tripulação tente voltar ao aeroporto base, ao seu país”. E opina que, após um possível incêndio ou ruptura, os pilotos tentavam encontrar um “ponto conhecido” onde aterrissar.

No entanto, a aeronave foi detectada por um satélite espacial sete horas depois sobrevoando o oceano Índico, ao oeste da Austrália.

Segundo este especialista em aviação, “se a tripulação não tiver colocado máscaras de oxigênio ou se o oxigênio acabou e morreram, o avião, se não sofreu danos graves ou explosões, pode ter voado no piloto automático pelo último trajeto designado”.

Schocrón também considera improvável uma ação deliberada “suicida ou terrorista” da tripulação, embora “até que sejam encontrados os restos do avião ou as caixas-pretas, todas as hipótese ficam abertas e nenhuma é descartável”.

A busca continua, e as autoridades malaias e australianas insistem em continuar a procuraro Boeing 777 com drones (aviões não tripulados) e sonares na zona do oceano Índico onde foram detectados sinais parecidos aos de uma caixa-preta.

Para Schocrón , a operação de busca está no caminho certo: “o mais lógico é continuar buscando onde os últimas sinais foram emitidos. O fato de que se tenha perdido o rastro indicaria que as baterias esgotara,, mas esse tipo de sinal tão específico só pode ser das balizas”.

As caixas-pretas darão a resposta ao acidente, já que “se os gravadores estiverem intactos, terão aguentado perfeitamente. No caso do acidente da Air France, em 2009, as caixas-pretas ficaram dois anos e meio submersas a oito mil metros de profundidade, mesmo assim se conseguiu baixar toda a informação”.

Além disso, por causa do desaparecimento do avião de Malaysia Airlines, organizações internacionais como a Federação Internacional de Associações de Pilotos de Companhias Aéreas propuseram medidas para melhorar a localização das aeronaves em caso de acidente.

“Os gravadores e as antenas das balizas da caixa-preta são tecnologias dos anos 70 e já existem outras disponíveis que facilitariam as tarefas de busca”, apontou, e ponderou que se tratam de umas mudanças difíceis porque “a indústria se opõe pelo alto custo que isso significaria”.

“Claro, embora haja alguns precedentes semelhantes, este acidente quebrou todos os esquemas. Se conseguirem encontra-lo, a investigação durará muito tempo”, concluiu. EFE

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