Especialistas admitem crise de água, mas rejeitam “visões apocalípticas”
Cidade do Panamá, 21 nov (EFE).- Especialistas de vários países reconheceram nesta sexta-feira no Panamá que existe uma crise pela escassez de água no mundo, mas rejeitaram as “visões catastróficas” e “apocalípticas” que preveem uma guerra mundial pela água.
“Não podemos deixar de reconhecer que no mundo, e lhes falo da presença do México no Conselho de Governadores do Conselho Mundial de Água, há o reconhecimento de crise de água”, disse o diretor-geral da Associação Nacional de Empresas de Água e Saneamento do México (ANEAS), Roberto Olivares.
Os especialistas se referiram ao assunto no término hoje na Cidade do Panamá de sua participação na XV Conferência de Diretores de Água (CODIA), integrada por 22 países e que coordena estratégias para a gestão das fontes hídricas em nível nacional e em cenários além das fronteiras.
Os participantes deste encontro discutiram durante quatro dias estratégias que os países, governos, congressos, diversas organizações e os cidadãos devem analisar para garantir o futuro do recurso hídrico.
“Há crise de água, mas esta crise tem que ser resolvida com a participação de todos os atores, os órgãos dos governos, os legisladores que têm uma participação importante e os usuários dos serviços de água potável”, advertiu Olivares.
Seria preciso reconhecer, acrescentou o especialista mexicano, “que cada vez há menos água disponível para consumo e que a que existe está cada vez mais contaminada”.
Mesmo assim, Olivares rejeitou, por ser “apocalíptico demais”, o que alguns preveem sobre que está por vir uma “guerra mundial pela água”, já que atualmente, indicou, se conta com “muitos novos recursos e tecnologias” para a reutilização de água, a dessalinização do mar e o tratamento das águas residuais.
Por sua parte, Noel Trejos, chefe de Gestão Integrada de Conchas Hidrográficas da Autoridade Nacional do Ambiente do Panamá (ANAM), disse que a América Latina é uma das mais ricas em recursos hídricos, ao contrário de outras regiões áridas no mundo que devem buscar outras alternativas para consegui-los.
No entanto, Cipó Ardiles, diretora-geral de Água da Espanha, disse que a meta perseguida pela CODIA, no marco dos novos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), é potencializar que a água seja um “eixo único” e não transversal.
A XVI Conferência de Diretores de Água será realizada no segundo semestre de 2015 na Bolívia. EFE
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