Especialistas em contas públicas não esperam ânimo do mercado com ajuste
Ministro do Planejamento
Ministro do PlanejamentoO ajuste fiscal na forma que está configurado é insuficiente e não deve modificar ânimo de empresários do setor produtivo. O corte de R$ 69 bilhões é incapaz, por si só, de corrigir a rota da economia, avaliam especialistas.
Economista especialista em contas públicas entende que foram reduzidos apenas 70% do necessário para equilibrar os números. Falando ao repórter Daniel Lian, Raul Velloso relembra que os governos Lula e Dilma cavaram um buraco nunca visto nos cofres da República.
“O desarranjo que foi realizado nos últimos anos nos levou a uma situação desse tipo, e agora tem essa ameaça de perder o certificado de bom pagador pelas agências internacionais, daí não tem jeito, tem que fazer (o ajuste)”, disse. “Eu só temo que esse ajuste seja insuficiente.”
Outro especialista, mestre em finanças públicas pela FGV, observa que falta muito para o Governo federal estimular o espírito empreendedor no País. Amir Khair acrescenta que somente os setores ligados à privatização das operações na infraestrutura do País podem se animar um pouco.
“A grande maioria das empresas só nveste quando percebe que está tendo uma reação do consumo”, explica Khair. “Mas não é esse cenário que se delineia pelo menos para esse ano, em que nós estamos atravessando uma recessão.”
Os especialistas salientam que o setor privado não deverá investir no aumento da capacidade produtiva durante o período de ajuste fiscal.
E sem aumento na oferta haverá sempre ameaça de mais inflação e, como decorrência, novo aperto fiscal no futuro, no chamado círculo vicioso.
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