Especialistas em segurança de voo explicam limitações técnicas para localizar avião desaparecido

  • Por Jovem Pan
  • 10/03/2014 11h04
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Em pleno século XXI, a demora para identificar a posição do avião desaparecido da Malasya Airlines expõe a fragilidade dos sistemas de localização. O Boeing 777-200, que fazia a rota entre Kuala Lumpur, capital malaia, e Pequim, na China, desapareceu em meio ao oceano com 239 pessoas a bordo.

A morosidade se assemelha à constatada após a queda do Airbus da Air France que fazia a rota entre o Rio de Janeiro e Paris, na França. Falando ao repórter Daniel Lian, o perito formado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), Jorge Barros, explica que muitas regiões não possuem infraestrutura moderna.

“A constelação de satélites que serve como reflexão das ondas do sinal dos aviões precisa estar numa geometria tal, que facilite essa transmissão”, explica Barros. “Os países que recebem esses sinais têm que estar com todos seus equipamentos funcionando corretamente”, diz. Por isso, é preciso averiguar a infraestrutura disponíves na rota no momento do voo do avião malaio.

Barros ainda comparou o caso atual com o do acidente do avião que partia do Rio de Janeiro para Paris em 2009, que matou 228 pessoas. “Na época do Air France 447, o Brasil ainda não tinha acompanhamento desses aviões em alto mar via link de satélite, hoje já tem”.

Já o especialista em segurança de voo, Roberto Peterca, explica que há dificuldades para a emissão dos sinais de alerta no mar. Ele indica que os dispositivos ainda precisam ser aprimorados para que a localização ocorra com maior rapidez. “Normalmente a caixa-preta emite durante trinta dias um sinal de emergência dando a sua posição”, explica Peterca. No caso do Air France de 2009, o instrumento estava a 4 mil metros de profundidade, dificultando sua localização. “As ondas radiotelefônicas não têm a mesma propagação no mar que tem no ar”, diz.

Até o ano de 2020, todo o sistema aéreo do mundo deverá estar interconectado. Este é o prazo para que problemas de localização sejam equacionados, evitando casos como os dos aviões da Malasya Airlines e da Air France.

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